Tombini: ““O Banco Central fará todas as medidas necessárias para trazer a inflação para o mais próximo do centro da meta no ano que vem.”| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, refutou nesta quinta-feira (10) a tese de que os recentes aumentos dos juros perderam a eficácia de controlar a inflação, que em novembro passou de 10% em 12 meses, devido ao descontrole dos gastos públicos.

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Para Tombini, ocorre uma defasagem do efeito da alta de juros na atividade econômica, enquanto os efeitos da alta do dólar – conseqüência da expectativa de juros maiores nos EUA e das dificuldades do governo no Congresso – são transmitidas com maior velocidade nos preços.

Segundo Tombini, as dificuldades que o governo teve em aprovar medidas para equilibrar as contas acabou por atrasar a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% para 2017.

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“O Banco Central fará todas as medidas necessárias para trazer a inflação para o mais próximo do centro da meta no ano que vem, e podemos chegar a 4,5% em 2017. O atraso na aprovação do ajuste é desafiador para conseguirmos atingir as metas. Isso só posterga o horizonte de convergência da inflação para 4% e, além disso, prolonga o início da recuperação da economia”, disse Tombini durante o almoço da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O presidente do BC afirmou ainda que não há como ter certeza sobre a reação ao aumento de juros nos EUA.

Barreira

O descontentamento com os ajustes em curso na economia, de acordo com Tombini, se deve ao fato de que os custos são percebidos pela sociedade antes dos benefícios. Ele afirma que um adiamento desses ajustes só atrasaria a recuperação da economia, podendo comprometer a capacidade de reação do país.

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Disse ainda que a depreciação cambial está ligada à queda dos preços das commodities, mas que as contas externas do país já tiveram reação.

Citou como efeito a atratividade de investimentos diretos no país, que demonstra a confiança dos investidores no Brasil. “A depreciação cambial não teve consequências patrimoniais para as empresas, como no passado”, disse.