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Política monetária

Presidente do BC defende que governo encaminhe projeto sobre autonomia

 | Marcelo Camargo/Agência Brasil
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira (04) que não há um “cronograma” do Comitê de Política Monetária para o corte de juros. Em audiência no Senado Federal, ele disse que o atual BC tem quatro pilares: aumentar a eficiência do sistema financeiro, redução do custo do crédito, aumento da cidadania e a autonomia da autarquia. Ele defendeu que o governo envie - num momento oportuno - um projeto ao Congresso para o aprimoramento do marco legal do Banco Central, incluindo a autonomia da instituição.

“Precisamos revisitar (a questão da autonomia) e, no que couber, propor a modernização do marco legal para a atuação do Banco Central. Nesse contexto, considero importante que, no momento oportuno, que o governo apresente ao Congresso Nacional propostas para o aprimoramento desses marcos”, disse Ilan sem dar detalhes.

Ele não deu detalhou como seria esse projeto e apenas defendeu a autonomia da autoridade monetária. O presidente do BC destacou as áreas de atuação do BC em que os marcos podem ser alterados e que a autoridade já tem trabalhado. Um deles é a redução do custo do crédito para o consumidor.

Para tentar dirimir as dúvidas do mercado financeiro em relação a quando o Banco Central começará a cortar os juros, ele disse que não há data preestabelecida. “O Banco Central não tem cronograma pré-estabelecido para a flexibilização da política monetária. Qualquer decisão será tomada nas reuniões do Copom, com base na evolução da combinação dos fatores, e nas expectativas e projeções de inflação. É a evolução favorável dos fatores que propicia ao Copom o conforto com suas projeções em direção a meta, que é seu objetivo principal.”

Mais uma vez, o presidente do BC lembrou que há três fatores para os juros caírem no Brasil. O Copom analisa a persistência dos efeitos do choque de alimentos na inflação e espera que ela seja limitada; que os componentes do IPCA mais sensíveis aos juros indiquem desinflação em velocidade adequada; e que ocorra redução da incerteza sobre a aprovação e a implementação dos ajustes necessários na economia. No entanto, ele disse que o corte levará em conta o conjunto desses fatores e não apenas um isoladamente.

Ilan ressaltou que a economia brasileira dá sinais de estabilização depois de seis trimestres de reversão da atividade, mas alertou que é fundamental fazer os ajustes de longo prazo. “Temos de reforçar o arcabouço de política econômica que já se mostrou eficiente no passado.”

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