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O grande desafio do Brasil hoje é promover a auto-confiança de que a inflação retornará ao sistema de metas. Foi o que indicou nesta terça-feira(5) o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, em palestra no seminário Grau de Investimento, promovido pela Associação e Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro, nesta capital. Para ele, também é necessário que haja aumento da poupança no país.

Ele manifestou convicção que todos os esforços serão feitos para preservar aquilo que é mais precioso, que é a confiança na sustentabilidade do crescimento. A confiança na qualidade do crescimento que o Brasil pode oferecer e na possibilidade de fazer cálculo econômico de longo prazo.

Nesse contexto, Coutinho defendeu a necessidade de se aumentar a poupança doméstica. Nós precisamos retomar a agenda de estímulos poupança doméstica, poupança institucional. Acenou que é preciso também repensar os programas de previdência no país.

E eu falo aqui com um olhar positivo, de criação de poupança. De canais de fortalecimento do mercado de capitais, que ajuda a financiar o ciclo de crescimento, disse o presidente do BNDES. Ele observou que o fortalecimento da poupança institucional dá suporte ao BNDES e a outros bancos públicos, enquanto o mercado não pode atuar de forma mais forte no crédito de longo prazo.

Ele espera, porém, que isso venha a acontecer no Brasil no prazo de até três anos, quando a taxa de juros voltar a se aproximar de uma taxa convergente Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), praticada pelo BNDES em suas operações. Coutinho acredita que aí o país estará de fato consolidando sua capacidade de crescer.

O aumento da poupança doméstica dos setores público e privado é visto pelo presidente do BNDES como um importante elemento da agenda de sustentação do crescimento.

O presidente do BNDES afiançou também que o Brasil poderá auxiliar na oferta global de alimentos, o que representará ajuda tanto do lado dos preços, ou seja, de inflação, como do lado de sustentação saudável do crescimento. Existem ainda oportunidades de investimentos viáveis em commodities minerais, além de siderurgia e outros metais, mesmo que o ciclo internacional seja menos exuberante, apontou.

Segundo o presidente do BNDES, o volume de crédito no Brasil hoje, equivalente a cerca de 34% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, é reduzido em comparação a outros países. A formalização do trabalho e a queda do desemprego contribuíram para que o crédito se expandisse. Coutinho acredita que a redução do crédito, que seria aconselhável, virá no decorrer dos próximos meses. Acrescentou, entretanto, que isso não invalida que o país possua sistemas bancário e empresarial saudáveis e lucrativos.

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