O presidente do Equador, Rafael Corrêa, disse nesta terça-feira (16), durante a abertura da Cúpula do Mercosul, que os países da América Latina e do Sul poderiam estar em melhores condições econômicas se algumas medidas no sentido de ter um sistema financeiro próprio para a região tivessem sido tomadas. Segundo ele, a criação do Banco do Sul, que foi aprovado previamente no Mercosul há cerca de um ano, seria uma das medidas que deviam ser tomadas urgentemente.
"O senhor [presidente Luiz Inácio Lula da Silva] disse que um dos motivos dessa reunião era encontrar formas de vencer essa crise. As respostas são evidentes na opinião do Equador. A resposta é a integração e que se traduza em fatos concretos e uma nova arquitetura financeira regional. Se tivéssemos avançado com o Banco do Sul estaríamos mais preparados. Coordenando a poupança dos países podíamos ter criado o banco e tido recursos para compensar os problemas dessa crise", argumentou Corrêa.
Na segunda-feira (15), o Equador declarou moratória de sua dívida externa. Entre os financiamentos que os equatorianos se recusam a pagar está um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo de Rafael Corrêa pretende dar um calote de US$ 243 milhões no banco brasileiro. "Não vamos cair no canto das sereias de alguns burocratas que nos dão conselhos para cumprir pagamentos de dívidas em detrimento dos empregos", disse ele durante seu discurso da Cúpula.
Corre sugeriu ainda a criação de um fundo composto pelas reservas cambiais dos países da região. Na avaliação do presidente equatoriano, se todos os países da região juntassem suas reservas cambiais elas poderiam ser menores e trariam a mesma proteção em relação aos mercados.
O presidente do Equador sugeriu ainda que os países deveriam adotar uma moeda única para ficar imunes das variações econômicas "dos países desenvolvidos". "Então, querido presidente Lula, as soluções estão muito claras. Temos que construir a nossa própria estrutura financeira regional. Que nos torne menos vulneráveis ao vai e vem das economias do primeiros mundo", comentou.
