Após manter por mais de 30 anos um modelo de gestão liderado por seu presidente Oriovisto Guimarães, o grupo Positivo já tem traçado o plano de sucessão. Em até cinco anos, o executivo Hélio Rotenberg, que preside a Positivo Informática, assumirá o comando do grupo acumulando as duas funções. Lucas Guimarães, filho de Oriovisto e que hoje ocupa a superintendência de novos negócios, chegará à vice-presidência da empresa.
O processo de sucessão do grupo começou a ser discutido há pouco mais de três anos, quando um dos quatro sócios fundadores que ainda atuavam na empresa, Samuel Ramos Lago, afastou-se do cotidiano e foi substituído no conselho de administração pelo filho, Samuel Ferrari Lago. Nessa mesma época, a subsidiária Positivo Informática entrou no mercado de ações, em uma operação que teve a participação direta de Lucas.
O desafio era manter o modelo que deu certo por mais de três décadas, com um administrador visionário e comunicativo recebendo o suporte constante de um competente executivo. Assim, Oriovisto idealizador da expansão do Positivo e o também fundador e atual vice-presidente Cixares Vargas teriam em Hélio Rotenberg e Lucas Guimarães ótimos sucessores. Hélio, que entrou no grupo há 20 anos como coordenador do curso de informática, é "a cara" da Positivo Informática, o braço do grupo que mais cresceu de 2004 para cá. Lucas é um executivo com formação pela Sloan School of Management, ligada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT) e uma das mais conceituadas escolas de negócios do mundo.
Segundo Oriovisto, o plano de sucessão que, por questão estratégica, existe para todos os executivos da companhia será colocado em prática até 2015, quando ele pretende ficar apenas no conselho de administração. Ele nega que a troca ocorreria nas próximas semanas, como publicou ontem o jornal Valor Econômico. "A sucessão está mais para daqui cinco anos do que para março deste ano. Estou muito bem, adoro o que eu faço no grupo", diz Guimarães. A única mudança, diz, será sua saída em abril da reitoria da Universidade Positivo, que será assumida pelo vice-reitor, José Pio Martins.
Guimarães diz sentir que o projeto da universidade está maduro e que pretende partir para o lançamento de novos negócios. Os projetos do grupo se concentrarão nas áreas nas quais já atua. "Chegamos a pensar em entrar em outras áreas, como energia, mas descartamos a ideia", comenta.Com mais de 9 mil funcionários, o grupo Positivo tem uma estrutura em que cada grande área escolas, curso pré-vestibular, universidade, centro de línguas, editora e gráfica tem um diretor responsável. Além disso, o grupo tem quatro superintendências, que formam um guarda-chuva para as grandes áreas. "É uma estrutura firme, com um time de executivos invejável. É essa equipe que faz o sucesso da empresa."