O presidente do Banco de Chipre, Andreas Artemis, pediu demissão nesta terça-feira (26) após o plano de resgate financeiro do país aprovado pelos credores internacionais. A instituição é a maior do país e incorporará o Laiki Bank, a segunda maior.
O sistema bancário cipriota foi o principal atingido pela crise financeira e pelos efeitos do resgate. Todos os depósitos superiores a 100 mil euros (R$ 260 mil) foram confiscados para garantir os 5,8 bilhões de euros (R$ 15 bilhões) de economia exigido pelos credores para conceder o empréstimo de 10 bilhões de euros (R$ 26 bilhões). Segundo a agência de notícias estatal CNA, o pedido de demissão foi entregue ao conselho de administração do banco, que deve se reunir na tarde de amanhã. A renúncia acontece após o Banco Central de Chipre selecionar na noite de ontem um administrador especial ao banco, que será reestruturado.
O escolhido, Dinos Christofides, disse à agência de notícias Reuters que sua função "supervisionar a recuperação do banco e absorver a parte 'podre' do Laiki Bank", segunda maior instituição do país, que será fechada. Ele disse que ficará à frente do Banco de Chipre por tempo indeterminado.
O interventor disse que passou o dia com o presidente do Banco Central, Panicos Demetriades, e outros integrantes da diretoria, mas não conversou ainda com o conselho de administração do Banco de Chipre, que passará a administrar. Com o resgate, a confiança do sistema bancário cipriota, que é oito vezes maior que o PIB do país, foi quebrada. A agência de qualificação de risco Fitch colocou em nível de bancarrota o Laiki Bank e de quebra limitada o Banco de Chipre.
O terceiro maior banco cipriota, o Hellenic Bank, também entrou em perspectiva negativa na avaliação da agência.
Hoje o grego Banco do Pireo formalizou a absorção das unidades do Banco de Chipre, do Laiki Bank e do Hellenic Bank na Grécia. A instituição informou que a operação foi avaliada em 524 milhões de euros (R$ 1,36 bilhão).
Segundo a imprensa grega, a instituição garantiu aos clientes que não haverá problemas de liquidez e que os depósitos nas agências gregas dos bancos cipriotas, estimados em 15 bilhões de euros (R$ 39 bilhões), estão assegurados. Estes bancos também têm cerca de 20 bilhões de euros (R$ 52 bilhões) em empréstimos na Grécia.