Em visita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente eleito do Peru, Alan García, propôs, nesta terça-feira, uma parceria entre a Petrobras e a PetroPeru. García disse que seu desejo é que a estatal brasileira aumente sua presença em território peruano não apenas na exploração de petróleo, mas também de gás natural.

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- Todo gás adicional deve ser orientado em direção ao Brasil - disse García.

Ele lembrou que a Petrobras já tem dois lotes de exploração e disse que o ideal é que a empresa amplie suas atividades no país. García disse que conversou com Lula sobre a transferência de tecnologia brasileira ao Peru para a produção de biodiesel e etanol.

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Os dois presidentes debateram ainda sobre a construção de uma estrada e de um trecho ferroviário para permitir o escoamento, para o Norte do Brasil, de produtos agrícolas peruanos. Segundo García, somente Manaus (AM) compra atualmente 750 mil toneladas de alimentos ao ano dos produtores de seu país.

García elogiou a responsabilidade fiscal do governo Lula e os programas sociais como o Bolsa Família, o Luz para Todos e o Crédito Consignado. Ele demonstrou ainda apostar na reeleição de Lula.

- Reafirmamos a amizade e a identidade do Peru com o Brasil e reiteramos a necessidade de fortalecer ao máximo as relações entre os dois países com a reeleição que espero que vá aqui ocorrer (no Brasil) - disse García.

García criticou a atuação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que fez campanha para o candidato Ollanta Humala nas eleições peruanas, classificando como inaceitável o que chamou de intromissão. E fez questão de dizer que o presidente peruano não esteve entre os assuntos tratados com Lula.

- Nós "deschavizamos" a conversa. As relações entre Brasil e Peru não residem na situação do senhor Chávez. Mas qualquer iniciativa, ainda mais vinda do presidente Lula, será bem recebida. Toda a ação de um bom amigo, que tem boa intenção, é sempre bem-vinda - disse García, ao ser perguntado sobre uma possível mediação de Lula para aproximá-lo de Chávez.

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No entanto, em entrevistas a agências internacionais, García afirmou que Chávez teria que admitir que perdeu na eleição peruana:

- Não é aceitável que um governo se intrometa em questões eleitorais de outro país ou viole a liberdade ideológica de cada país e sua soberania.