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Rombo bilionário

Presidente dos Correios atribui deficit de R$ 3,2 bilhões à “taxa das blusinhas”

Presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, afirmou nesta sexta-feira (31/1) que o deficit de R$ 3,2 bilhões na estatal está relacionado à taxa imposta pela Fazenda a compras internacionais, como a "taxa das blusinhas", e aos precatórios de gestões passadas. O rombo bilionário dos Correios representa 50% do deficit das estatais.

Os dados da estatal foram apresentados em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck.

“Essa prévia se refere a um contexto específico, que foi a regulamentação, o compliance que foi dado a essas compras internacionais. Isso teve um impacto significativo na nossa empresa. E também precatórios que são fruto de gestões anteriores e que hoje estão contabilizados no nosso resultado”, explicou Fabiano aos jornalistas, após o encontro com Lula.

No ano passado, o prejuízo dos Correios foi de R$ 2,13 bilhões e o investimento feito pela estatal chegou a R$ 830 milhões, resultando em um déficit de R$ 3,2 bilhões. O MGI destacou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 autorizou um déficit de R$ 7,3 bilhões ao longo do exercício.

Na coletiva de imprensa, Fabiano destacou que o deficit é um resultado prévio, e o valor consolidado só será conhecido em março, mas deve ser próximo da estimativa atual. Segundo ele, a empresa ainda sofre os impactos de ter sido colocada no rol de privatizações pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Era uma empresa que estava para ser privatizada, que foi colocada na bacia das almas, e isso traz efeitos que são importantes na empresa, e são esses efeitos que a gente está combatendo hoje”, declarou Fabiano.

Entre as ações em andamento, para tornar a empresa mais lucrativa, Fabiano disse que a estatal trabalha para cortar gastos, com relicitações, aberturas de concurso e revisões de contrato, por exemplo, mas também para aumentar a receita com investimentos em novas áreas do mercado nacional, especialmente na parte logística.

Ministra nega haver rombo

Apesar do déficit bilionário, a ministra Esther negou haver “rombo” na estatal. Segundo ela, o balanço fiscal não afeta os cofres públicos — uma vez que os Correios não recebem aportes do Tesouro e operam com recursos próprios.

“É muito importante lembrar que não tem rombo. Das 11 empresas que têm deficit que foram divulgadas hoje, nove têm lucro. Segundo, o Tesouro não vai arcar com isso”, enfatizou a ministra. “Essa é a preocupação do presidente: se as empresas estão tendo lucro ou prejuízo. O deficit ou superavit é fluxo de caixa, e é uma outra discussão. Não impacta a dívida pública”, acrescentou.

Nesta sexta-feira (31), o Banco Central informou que as empresas estatais do país registraram déficit de R$ 8,07 bilhões em 2024. Este é o pior resultado desde o início da série histórica, em 2001, considerando os dados nominais, sem correção pela inflação.

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