Josué Gomes diz que Lula politizou as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros, mas que Copom não é infalível.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por politizar as decisões do Banco Central com relação à taxa básica de juros, atualmente em 10,5%. A Selic será revista nesta quarta (31).

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Gomes ressaltou que Lula politizou de maneira equivocada as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), fazendo sucessivas críticas públicas ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. Desde o ano passado, ele tem assumido a linha de frente nas críticas, especialmente após um período de trégua por reações negativas do mercado.

Nos últimos dias, Lula retomou os ataques a Campos Neto, afirmando que “essa pessoa não tem respeito”, durante o anúncio de novas obras do PAC na semana passada.

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Josué Gomes argumenta que, por outro lado, Campos Neto também deu margem à politização ao adotar uma postura política durante o período eleitoral, vestindo uma camiseta do Brasil, associada ao eleitorado pró-Bolsonaro, e sendo homenageado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

“Se acabarem com a independência do Banco Central, o mérito terá sido todo do Roberto Campos Neto. E não acho que vão acabar, não, espero que não acabe”, afirmou Gomes em um café da manhã com jornalistas na sede da Fiesp, em São Paulo, nesta terça (30).

Ele enfatizou, ainda, que o Brasil precisa repensar a ideia de que o Copom é infalível. “Praticando taxas de juros reais por tanto tempo, cria-se uma desvantagem competitiva em relação a outros países do mundo. É simples, é matemático. A economia não cresce, a taxa de juros reais é de 6% nos últimos 25 anos. O mundo, durante 15 desses 25 anos, praticou taxas de juros reais negativas”, pontuou.

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Gomes também criticou algumas das medidas propostas pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) para cumprir a meta de equilibrar as contas públicas, alegando que deterioraram o ambiente econômico e a confiança dos setores empresariais, diminuindo ainda mais a atividade econômica.

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Apesar disso, ele vê Haddad como “uma pessoa muito responsável, que quer entregar”, ressaltando que o governo ainda está gastando muito e ampliando despesas.

O presidente da Fiesp ainda fez um “mea culpa” e admitiu que muitos setores demandam vantagens tributárias que precisam ser revistas – e que pesam nas renúncias do governo. Ele criticou as alíquotas reduzidas previstas na reforma tributária e sugeriu o cashback como uma melhor política para melhorar o acesso a alimentos, em vez da isenção à cesta básica.

Josué Gomes também expressou preocupação com o imposto seletivo, que cria alíquotas maiores para produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Para ele, seria melhor que o dispositivo não existisse, pois já nasce com distorções.

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