A presidente interina da Petrobras, Clarice Coppetti, demitiu 30 funcionários ligados ao ex-presidente da companhia, Jean Paul Prates, que foi desligado na última terça-feira (14) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os demitidos estão cargos de confiança como gerentes-executivos, diretores e assessores especiais. Segundo funcionários da empresa, o objetivo do governo federal é desligar pessoas ligadas ao ex-presidente da companhia.
As demissões começaram pelo diretor financeiro, Sérgio Caetano Leite, e pelo gerente executivo de Relações Institucionais, João Paulo Madruga, e, em seguida, atingiram outros departamentos. A justificativa da nova administração para o desligamento em massa é que foi uma decisão tomada pelo conselho na reunião de quarta-feira (15).
Dentro da companhia, já era esperado os desligamentos para dar lugar aos novos funcionários que serão nomeados nas próximas semanas pela futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Conforme anunciado pela Petrobras, Chambriard assumirá a empresa imediatamente após ser eleita conselheira e nomeada posteriormente como presidente pelo conselho, sem necessidade de assembleia de acionistas.
Ações despencam após demissão de Prates
O mercado reagiu rápido à demissão de Prates, e as ações da Petrobras negociadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, chegaram a despencar 8% na quarta-feira (15). A queda fez a empresa perder R$ 37 bilhões em valor de mercado.
As perdas na bolsa brasileira refletiram o que foi registrado em Nova York no chamado “pre-market”, onde as ações caíram 7% no começo do dia e 8% na noite de terça (14) após o anúncio.
Haddad: "presidente da Petrobras é quase um ministro"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (17) que o presidente da Petrobras é "quase um ministro" de governo e deve ter uma relação próxima com o presidente da República.
“O presidente da Petrobras, regra geral, é quase um ministro. É uma pessoa que tem que ter uma relação muito próxima com o presidente da República. É a maior companhia do país, ela é estratégica por várias razões, então é natural que possa haver uma troca a depender do julgamento do chefe do Executivo”, afirmou o ministro.
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