Apesar da forte influência do clima, a alta dos preços dos alimentos que vem pressionando os índices de inflação não é generalizada. Após esse efeito sazonal, é bem provável que os preços voltem aos patamares anteriores, com a conseqüente redução da inflação. A avaliação é de economistas entrevistados pelo Globo Online.
O coordenador do IPC Brasil da Fundação Getulio Vargas, André Braz, assinala, por exemplo, que no caso dos alimentos in natura, como frutas e legumes, o peso sobre o índice de preços no fim do ano é quase nulo, já que a redução da oferta acaba sendo compensada pelo aumento, quando muda a estação.
Já a coordenadora do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, Eulina Nunes, ressalta que apesar das altas de preços recentes nos custos dos alimentos, muitos produtos acumulam variação negativa no ano.
Considerando o IPCA-15, uma espécie de prévia do IPCA cheio, a economista observa que apesar de o índice ter recuado de 0,29% em junho para 0,24% em jullho, o grupo Alimentação continuou pressionando fortemente, no mês, com alta de 1% e participação de 88% no índice.
- No entanto, o arroz e o feijão, dois produtos importantes da cesta básica registram deflação no ano. Em julho, o arroz branco teve queda de 0,36% em julho, enquanto que o feijão preto teve alta de 1,81%.
Mas, no acumulado de janeiro a julho, a queda é de, respectivamente, 5,97% e 9,86% - frisa.
Segundo André Braz, o principal motivo dessa redução é a safra, que tem sido muito boa este ano, o que também se verifica em relação à cana, que derrubou os preços do açúcar, outro integrante da cesta básica.
No caso do açúcar refinado, a queda foi de 2,49% em julho e de 10,19% no acumulado dos sete primeiros meses do ano, segundo o IBGE. Já segundo os cálculos do IPC da FGV, a queda acumualda é de 14,08%. No caso do açúcar cristalizado, a queda em julho chegou a 7,18% e a 19,04 no ano.
Eulina também destaca que, mesmo tendo aumentado em julho, ainda assim, alguns produtos continuam com variação negativa no ano. É o caso das frutas - alta de 1,65% em julho e queda de 4,24% no ano - e da carne - alta de 1,17% em julho e queda de 1,25% de janeiro a julho.
- Mesmo no caso do tomate, tradicional vilão da inflação, apesar da expressiva alta de 21,60% nos últimos 12 meses, no acumulado deste ano registra queda de 9,90% - informa André Braz.
A título de dica para o consumidor, o economista informou as variações no ano registradas em outros produtos, pelo IPC da FGV: arroz branco (-4,89%), feijão preto (-9,83%), cenoura (10,95%), banana prata (-2,11%), laranja lima (-20,63%) e maçã nacional (21,18%). No caso dos produtos afetados pelo câmbio, André Braz destaca o azeite de oliva, com variação de -1,99% no ano.
- É importante que o consumidor saiba não apenas os alimentos que pressionam a inflação, mas também aqueles que, mesmo fazendo parte do grupo, menos pressionam o índice. Sobretudo, produtos substituíveis; assim ele pode, por exemplo, trocar a pêra, atualmente muito cara, pela maçã. E, independentemente da época do ano, ficar atento às promoções de feiras e supermercado -
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast