O sistema bancário vai ser reformado porque existe no momento pressão política dos governos para que isso aconteça, segundo o vice-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky. "O mais importante de se perceber é que há uma real pressão política para ações de reforma do sistema financeiro em um sentido amplo", disse Lipsky, durante o Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos.
No seu discurso de quarta-feira em Davos, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, cobrou de forma muito dura a conclusão do projeto de reforma bancária tocada por instituições multilaterais. A pressão política, porém, está criando uma tensão entre as propostas encaminhadas conjuntamente pelos países do G-20 por meio do Fórum de Estabilidade Financeira, Banco para Compensações Internacionais (BIS) e FMI, de um lado, e as iniciativas individuais dos países. A mais polêmica delas são as novas propostas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que incluem limitação do tamanho dos bancos e restrições a que tenham ligações com fundos de hedge (especulativos) ou façam operações de tesouraria com recursos próprios.
Lula
A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio como uma ducha de água fria em Davos. Era grande a expectativa em torno da participação do presidente brasileiro, que receberia hoje o prêmio de "Estadista Global", na primeira edição da homenagem criada pelo Fórum Econômico Mundial. O presidente cancelou a viagem após passar mal e ser internado em um hospital em Recife na noite de quarta-feira.