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Pressionada pelo exterior, Bolsa fecha a segunda no vermelho

 | NELSON ALMEIDA/AFP

O dia foi de muita oscilação para a Bolsa brasileira, mas o principal índice do mercado local acabou fechando em baixa nesta segunda-feira (12), em linha com o tom negativo no exterior. O Ibovespa recuou 0,14%, a 85.524 pontos, após acumular perda de 3,14% na última semana, na primeira queda semanal do indicador desde setembro. 

O dólar comercial subiu 0,53%, cotado a R$ 3,757, acompanhando a valorização da moeda americana entre 25 das 31 principais divisas do mundo. 

Em Wall Street, as bolsas funcionaram normalmente apesar do feriado do Dia dos Veteranos, mas isso contribuiu para reduzir a liquidez no mercado, afetando também o montante das negociações no Brasil. 

Por aqui, o giro financeiro foi de quase R$ 10,7 bilhões. Segundo Filipe Villegas, analista de ações da Genial Investimentos, a média diária dos últimos 21 pregões é de R$ 12,4 bilhões. 

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O Dow Jones, principal índice de Nova York, caiu 2,32%. "Não há grandes novidades, mas olhando para os próximos dias, vemos uma agenda de indicadores macroeconômicos importantes sobre China, Estados Unidos e Europa que pode justificar o investidor estrangeiro mais cauteloso no pregão de hoje", diz Villegas. 

O índice de tecnologia Nasdaq perdeu 2,78%, em grande parte pela queda de cerca da Apple. As ações caem pela terceira sessão consecutiva, depois que dois de seus fornecedores cortaram previsões de ganhos, em movimentos que os investidores interpretaram como mais um sinal de abrandamento da demanda por iPhone. 

Na Europa, o dia também foi ruim para os mercados acionários. A Bolsa de Frankfurt (Alemanha) caiu 1,77%, a de Milão (Itália) perdeu 1,05%, e a de Londres (Inglaterra), 0,74%. 

As preocupações no continente se referem sobretudo aos rumos do processo de saída do Reino Unido da União Europeia e ao fechamento do orçamento italiano. O prazo para a Itália refazer seu orçamento dentro das regras da União Europeia, com uma projeção de déficit menor, termina nesta terça-feira (13). Já a primeira-ministra britânica, Theresa May, vem enfrentando resistências para elaborar um acordo do "brexit" que conquiste o apoio da UE e de seu próprio partido. 

Nacional

Analistas dizem ainda que os agentes do mercado aguardam e observam com cautela a formação da equipe econômica do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). No meio da tarde, a assessoria de imprensa do futuro ministro da Economia Paulo Guedes confirmou a nomeação de Joaquim Levy, hoje diretor financeiro do Banco Mundial, para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

O anúncio deu fôlego ao Ibovespa, mas o campo positivo não se sustentou. "O mercado chegou a ter uma reação positiva, mas existes coisas importantes que fazem preço e que ainda não estão definidas, como a equipe econômica, os nomes à frente da Petrobras e do Banco Central, os rumos da reforma da Previdência", diz Villegas. 

Outros cotados para integrar a equipe econômica de Bolsonaro foram Ana Paula Vescovi, atual secretária-executiva do Ministério da Fazenda, que ficaria com a presidência da Caixa Econômica Federal, e Ivan Monteiro, presidente da Petrobras, e Mansueto Almeida, secretário do Tesouro, que permaneceriam nos respectivos cargos. 

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Segundo ele, diferentemente do período pré-eleitoral, em que investidores se mostravam mais agressivo e montavam posições apostando na antecipação de resultados, os agentes do mercado estão mais de "stand by", "aguardando os fatos acontecerem para montar posição novamente", diz o analista. 

A equipe da Santander Corretora citou em comentário a clientes mais cedo que o mercado tem mostrado desconforto com a falta de avanço da reforma da Previdência, que refletiria dificuldade de o presidente eleito negociar com o Congresso. 

Na tarde desta segunda, Bolsonaro disse, após conversar com Guedes, que ambos avaliam que a reforma da dificilmente será aprovada neste ano.  Na mesma linha, o coordenador da transição e futuro ministro da Casa Civil, Ônyx Lorenzoni, afirmou que ouviu de dezenas de parlamentares que o cenário não é favorável para votar este ano a proposta de emenda à Constituição que trata da mudança nas regras da Previdência.

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