O impasse envolvendo o sacrifício sanitário dos bois na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, Norte do estado, está próximo de um desfecho. Representantes do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec) estão fechando um acordo como o dono da área para invalidar a liminar que impede o abate dos aproximadamente 1,8 mil animais. A expectativa é de que a avaliação do rebanho, para fins de indenização, tenha início nos próximos dias. Uma fonte ligada ao setor produtivo informou que essa vistoria pode começar ainda hoje.
Na sexta-feira, longe da imprensa, o pecuarista André Carioba, dono do gado onde o Ministério da Agricultura (Mapa) declarou existir o foco de aftosa, participou de uma reunião, em Curitiba, para discutir a possibilidade de acordo. O encontro, convocado pelo Fundepec, serviu para esclarecer aspectos políticos e legais dessa discussão, como o prejuízo na relação de comércio exterior, provocado pelos embargos à carne brasileira e também pela demora na adoção das medidas sanitárias estabelecidas pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).
A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) confirmou que houve a reunião e, segundo Carlos Augusto Albuquerque, assessor da presidência, o encontro terminou com a sensação de que "há ampla possibilidade de acordo". Carioba, segundo Albuquerque, ficou de dar uma resposta esta semana. Pelo Fundepec participaram Antônio Poloni, diretor-executivo do fundo, e Wilson Thiesen, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (Sindileite).
O superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) no Paraná, Valmir Kowalewski, disse ontem que aguarda um sinal verde do proprietário da fazenda ou da Justiça para dar início aos procedimentos de sacrifício dos animais. Os integrantes do grupo de trabalho responsável pela avaliação do rebanho já foram indicados. A comissão, que reúne um representante do Mapa, um técnico da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) e outro da cadeia produtiva precisa, no entanto, ser nomeada oficialmente. Segundo Kowalewski, isso acontece hoje ou amanhã.
Em função de um acordo, ou então pela via judicial, ele também acredita que a definição pelo sacrifício dos animais não passa desta semana. Na Justiça, o prazo para o Ministério recorrer da decisão liminar que impede a morte do rebanho termina na quinta-feira.
Em caso de sacrifício sanitário, dois terços do valor da indenização são pagos pelo governo federal e um terço pelo estado. A parte que cabe ao estado é custeada pelo Fundepec, fundo privado com um caixa de R$ 14 milhões. Porém, em caso de acordo, a metodologia utilizada pode sofrer ajustes. Em dezembro, quando fez um primeiro cálculo do valor mínimo a ser pago em caso de indenização, André Carioba falou em R$ 1,2 milhão.
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