A prévia da inflação oficial, o IPCA-15, teve alta de 0,58% em maio, de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mostra uma desaceleração na comparação com o resultado de abril (0,78%), mas está acima do esperado pelo mercado e mostra que a inflação continua resistente. Um dos vilões do mês foi a conta de energia elétrica, que subiu em diversos estados em abril.
No total, as maiores contribuições de alta no mês vieram dos grupos alimentação e bebidas (0,22 ponto percentual), habitação (0,17 p.p.) e saúde e cuidados pessoais (0,13 p.p.). Mas o próprio IBGE chama a atenção para a contribuição da tarifa de energia. Segundo o instituto, as tarifas de energia elétrica registraram alta de 3,76%, impactando, sozinhas, em 0,10 ponto percentual do índice. Muitos reajustes foram autorizados pela Aneel e foram aplicados a partir da segunda metade do mês passado.
Para o ministro da Fazenda Guido Mantega, a inflação está caindo em maio e deve manter essa trajetória em junho. "Alimentação já arrefeceu, vários preços caíram. Portanto, estamos no caminho certo", afirmou.
A perda de ritmo da inflação decorre da freada dos aumentos dos alimentos, tendência já vista nos índices de preços de atacadistas e produtores que vendem seus produtos a feirantes, supermercados e outros varejistas de produtos alimentícios. O grupo alimentação subiu 0,88% em maio, abaixo do 1,84% de abril.
Questionado sobre o que deve ser feito para diminuir a inflação, que no acumulado dos 12 meses ainda continua próxima do limite máximo de 6,5% ao ano, o ministro defendeu que as medidas já tomadas estão fazendo efeito. "Ela [a inflação] já está caindo, o que nós fizemos está tendo efeitos", disse.
Desoneração
Sobre a decisão de tornar perene a desoneração da folha de pagamentos de 56 setores, e adicionar outros mais, Mantega afirmou que está "analisando pedidos". A decisão pode ser anunciada hoje, em evento que contará com a presença do ministro e da presidente Dilma Rousseff.