No segundo movimento consecutivo de aceleração, o IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, voltou a subir e registrou variação de 0,48% em outubro. Em setembro, o índice havia sido de 0,27% e, em agosto, de 0,16%.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE. O resultado ficou acima do previsto por analistas, que estimavam o IPCA-15 em 0,42%.
Os maiores impactos vieram das despesas com alimentação, que subiram 0,70% no mês, representando 0,17 ponto percentual, e de habitação, com alta de 0,67% e impacto de 0,10 ponto percentual. Juntos, responderam por 56% do índice de outubro.
A alta dos alimentos ocorre com o repasse dos aumentos observados no atacado. O produto com maior impacto foi a carne, com 0,06 ponto percentual. De acordo com analistas, com o dólar mais caro -mesmo com as mais recentes quedas da cotação da moeda- frigoríficos priorizaram uma fatia maior de seus produtos para exportação, pressionando o custo no mercado interno.
Além da carne, outros alimentos passaram a custar mais no período, como frango (4,87%), frutas (3,32%) e pão francês (2,62%).
Já no grupo habitação, pesaram mais os aumentos do gás de botijão (2,36%), aluguel residencial (1,02%) e condomínio (0,90%). Já as contas de energia elétricas ficaram 0,14% mais baratas no mês.
No acumulado do ano até em outubro, o IPCA-15 bateu em 4,46%. Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 5,75% --próximo do teto da meta do governo, de 6,5% para o ano.
Com um dólar em patamar mais elevado e outras pressões inflacionárias à vista, como um possível reajuste do preço da gasolina neste ano, analistas avaliam que a inflação fechará o ano muito perto do limite superior da meta e há quem não descarte um estouro do teto de 6,5%.
Outras influências na alta de outubro vieram de artigos de residência, que passou de 0,52% em setembro para 0,97% em outubro, e vestuário (de 0,37% para 0,88%).
Os eletrodomésticos subiram 1,54% e os artigos de mobiliário 1,11%, com as maiores pressões no grupo artigos de residência. Já em vestuário, os destaques foram calçados (1,38%) e roupas femininas (1,26%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 13 de setembro e 11 de outubro e comparados com os vigentes em 14 de agosto a 12 de setembro.
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