Rio de Janeiro - A segunda prévia do Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) de junho subiu 0,07%, após cair 0,14% em igual prévia em maio. Para o coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a mudança de trajetória do índice foi influenciada pelo avanço nos preços da construção civil (1,72%), devido aos reajustes de mão de obra. Na análise de Quadros, a segunda prévia mostrou que o índice deve fechar o mês com taxa baixa, não necessariamente negativa. Entretanto, não descartou a possibilidade de o índice voltar a apresentar queda e encerrar o ano com taxa próxima a 2%.
Mesmo com o avanço da inflação, o impacto da desvalorização cambial do dólar ante o real continua agindo em produtos importantes no atacado, cuja taxa é influenciada pela cotação da moeda norte-americana. Os preços dos materiais para manufatura, termômetro do impacto cambial na inflação do atacado, estão com processo de deflação mais aprofundada (de -0,56% para -1,05%), da segunda prévia de maio para igual prévia em junho.
Para o analista da consultoria Tendências Rafael Bacciotti, a recuperação dos preços agropecuários foi mais forte do que o esperado. "As principais pressões vieram dos itens da pecuária (leite, ovos e aves) e das lavouras permanentes (laranja e café)."