O nível de atividade da economia brasileira, que registrou registrou estabilidade no segundo trimestre deste ano, voltou a registrar crescimento, embora marginal, em julho, mês que marca o início do terceiro trimestre deste ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, indicador antecedente do Produto Interno Bruto (PIB), somou 139,46 pontos em julho, informou a autoridade monetária. O valor é 0,23% maior do que o registrado em junho (139,13 pontos) e também está 0,19% acima da média do segundo trimestre (139,19 pontos) deste ano.
No acumulado de janeiro a julho deste ano, dados do BC mostram que o crescimento da economia brasileira ficou em 9,65% contra igual período do ano passado. Os números indicam desaceleração em relação a meses anteriores. No acumulado de janeiro a abril, o crescimento estava em 10,5% e, nos cinco primeiros meses deste ano, em 10,29%.
IBC-Br
O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) e ajudar a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros (Selic). O Banco Central explicou que o IBC-Br "constitui uma medida antecedente da evolução da atividade econômica". Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início deste ano o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional.
O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos. "A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção+importações)", explicou o Banco Central, por meio do relatório de inflação de março.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, os juros básicos estão em 10,75% ao ano. A taxa foi mantida estável no início de setembro, após três elevações consecutivas efetuadas pela autoridade monetária. A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa básica de juros volte a subir somente em fevereiro de 2011, para 11% ao ano.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a previsão do mercado, que já chegou próxima de 5,5% para este ano, recuou nas últimas semanas e, atualmente, está em 4,97%. Deste modo, ainda acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (entre 2,5% e 6,5%). Para o PIB, a estimativa dos analistas das instituições financeiras é de um crescimento acima de 7,42% para 2010, o maior desde 1986.