Governo mantém previsão de alta do PIB em 4,5% no ano

O governo federal manteve a previsão de crescimento da economia de 4,5% e de alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,7%, de acordo com a revisão bimestral do Orçamento de 2012, divulgada nesta sexta-feira pelo Ministério do Planejamento. Esses são os parâmetros econômicos utilizados na revisão de receitas e despesas.

A estimativa da Selic média caiu de 10,48%, como divulgado em março, para 9,86% ao ano. A taxa média de câmbio recuou de R$ 1 79 para R$ 1,76. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acumulado no ano, a projeção recuou de 4,99% para 4,90%. A projeção de preço médio do petróleo foi mantida em R$ 111,64. E a estimativa para o crescimento da massa salarial nominal subiu de 11,73% para 12,01%.

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Ao contrário do que previa o governo, a atividade econômica brasileira entrou 2012 desacelerando. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro trimestre deste ano registrou alta de 0,15 por cento quando comparado com o quatro trimestre do ano passado.

Essa velocidade é menor em relação à que foi vista entre outubro e dezembro passados, quando o indicador mostrou expansão de 0,20 por cento sobre o trimestre imediatamente anterior.

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O BC mostrou ainda nesta sexta-feira que o IBC-Br recuou 0,35 por cento em março frente a fevereiro, mantendo a tendência de contração vista nos últimos três meses. Em fevereiro, quando comparado com janeiro, o índice mostrou queda de 0,38 por cento, número revisado em relação ao divulgado anteriormente (-0,23 por cento).

Economistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,50 por cento na variação mensal. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia -serviços, indústria e agropecuária.

A equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sabe que o desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano será ruim, o que afetará todo o resultado para 2012. Tanto é que a previsão inicial de expansão de 4,5 por cento do PIB foi descartada e as contas agora giram em torno de apenas 3,2 por cento. Por isso, já estudam novas medidas de estímulos.

No ano passado, o PIB brasileiro registrou expansão de apenas 2,7 por cento, sendo que apenas no quarto trimestre expandiu 0,3 por cento, indicando que a atividade estava se recuperando. O agravamento da crise externa, sobretudo com os problemas na zona do euro, estão impedindo que a economia brasileira retome o fôlego, avaliam o governo e especialistas.

O setor mais afetado é o da indústria, que vem registrando retrações. Em março, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial havia recuado 0,5 por cento frente a fevereiro, fechando o primeiro trimestre do ano também com perdas de 0,5 por cento sobre o quatro trimestre de 2011.

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Por isso, o governo anunciou medidas para acelerar a atividade e estimular o consumo. As mais recentes aconteceram no início de abril, num pacote de pouco mais de 60 bilhões de reais entre desonerações e nova injeção de capital no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O mercado projeta que o PIB crescerá 3,20 por cento neste ano, segundo pesquisa Focus do BC divulgada na segunda-feira. Também como parte dos estímulos do governo, os agentes econômicos esperam que o BC continue reduzindo a Selic -hoje a 9 por cento ao ano- para 8 por cento neste ano.