Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
AGRONEGÓCIO

Previsão de cultivo menor nos EUA dá ânimo às cotações

Redução da área de soja, anunciada no 91º Agricultural Outlook Forum, surpreendeu os analistas. | Lance Cheung//USDA
Redução da área de soja, anunciada no 91º Agricultural Outlook Forum, surpreendeu os analistas. (Foto: Lance Cheung//USDA)

A projeção de cultivo menor nos Estados Unidos dá novo impulso às cotações de soja e milho no mercado internacional e abre novas oportunidades de negócio à safra brasileira, em plena colheita. A prévia do primeiro relatório oficial de plantio nos EUA, que antecipa as tendências que serão apresentadas oficialmente no final de março, reduziu a área das quatro principais culturas no país para a temporada 2015/16.

A área de soja veio com 33,79 milhões (-0,2%) e o milho cravou os 36 milhões de hectares (-1,8%), contrariando expectativa do mercado, que era de expansão. Como resultado imediato, o primeiro contrato na Bolsa de Chicago encerrou ontem valendo US$ 10,07 por bushel de soja, com valorização de 1,15% ou 11,5 pontos, e US$ 3,90/bu o de milho, subindo 1,56% ou 6 pontos. O movimento fez as cotações voltarem aos patamares do início de janeiro. Na relação direta com o câmbio de R$ 2,87, a saca de soja alcança R$ 64 e a de milho, R$ 26, nos Estados Unidos.

Apresentados ontem na abertura do Agricultural Outlook Forum, o fórum mundial de agricultura, os números apontam para uma redução no ritmo de expansão do setor nos EUA. O recuo na área de cultivo é liderado pelo algodão, que deve perder expressivos 12,1%, seguido do trigo (-2,3%), milho (-1,8%) e soja (-0,2%).

Para justificar a redução, Robert Johansson, o economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, falou das safras cheias pelo mundo, dos estoques mundiais em alta e das cotações e da renda em queda, além do crescimento menor das importações chinesas em 2015. O mercado, porém, acredita que essa primeira expectativa do USDA é muito baixa para a soja, que pode ocupar mais de 34,5 milhões de hectares. Para o milho, os analistas estariam em linha com o USDA admitindo um pequeno recuo em relação aos 36,7 milhões de toneladas do ano passado.

De qualquer forma, o momento não deixa de ser uma oportunidade à produção brasileira. Pedro Djaneka, da AGRBrasil, avalia que o ‘relatório’ deixa o mercado um pouco confuso. “Esses números são baseados em projeções econômicas e não em pesquisa de campo”, argumenta. Ele admite, no entanto, que soja acima de US$ 10/bushel é oportunidade de venda até início de maio, quanto tem início o mercado climático com o plantio da safra norte-americana.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.