Brasília A projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano caiu de 3,97% para 3,94%, em pesquisa semanal do Banco Central (BC) divulgada ontem. A terceira queda seguida da previsão veio acompanhada de uma redução da estimativa de taxa de câmbio para o fim do ano de R$ 2,18 para R$ 2,15 por dólar. Desde o início do ano, a projeção de câmbio para dezembro já recuou 1,04 ponto porcentual. Pelos cálculos do economista Juan Jensen, da Tendências Consultoria, a queda da estimativa de câmbio teria um impacto sobre o IPCA de 0,5 ponto porcentual para baixo.
Os efeitos das revisões da projeção de câmbio, de acordo com Jensen, ainda não foram totalmente incorporados pela estimativa de IPCA para este ano. Em função disso, ele acredita que ainda há espaço para novos ajustes na previsão de inflação. Pelas contas do economista Braúlio Borges, da LCA Consultores, a estimativa poderá recuar até os 3,80%. Para as cinco instituições que mais acertam suas projeções (grupo conhecido como Top 5), a previsão de IPCA deste ano já estava em 3,89% na pesquisa divulgada ontem pelo BC. Uma queda de 0,10 ponto porcentual em apenas uma semana.
Para 2008, a projeção do mercado para a variação do IPCA continuou em 4%. Apesar da estabilidade, o porcentual esperado é menor que a meta de 4,50% já fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ao mesmo tempo, a estimativa de câmbio para o fim do próximo ano recuou pela segunda semana consecutiva e passou de R$ 2,29 para R$ 2,25. No início do ano, a previsão de câmbio para o fim de 2008 ainda estava em R$ 2,30. Um recuo, portanto, de 2,17%. A oscilação abre a expectativa de que a projeção de IPCA para o próximo ano também passe a ficar abaixo dos 4%.
Apesar do cenário benigno para a inflação, o mercado financeiro manteve a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a cortar os juros em apenas 0,25 ponto porcentual na reunião do início de março. Com isso, a taxa recuaria dos atuais 13% para 12,75% ao ano. Para o fim do ano, a estimativa continuou em 11,50%. O porcentual embute uma expectativa de pelo menos mais cinco cortes de juros de 0,25 ponto porcentual nas reuniões do Copom que serão feitas entre abril e dezembro.
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