A gigante Petrobras anunciou nesta segunda-feira (23) que mudará seu presidente e nomeou para o posto sua atual diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, primeira mulher à frente da petroleira, que chega com o desafio de ampliar os horizontes da maior empresa do Brasil.
"O ministro da Fazenda e presidente do Conselho de Administração (da Petrobras), Guido Mantega, disse que enviará como proposta a ser considerada na próxima reunião (do órgão), no dia 9 de fevereiro, a nomeação da atual diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, para presidir Petrobras", informou a empresa através de uma nota oficial.
Foster, de 55 anos, possui um perfil técnico e a confiança da presidente Dilma Rousseff, segundo analistas do setor, e deve substituir José Sérgio Gabrielli, que está à frente da empresa estatal desde 2005.
O anúncio foi realizado após notícias divulgadas pela mídia brasileira de que a direção da Petrobras seria alterada após resultados financeiros decepcionantes.
Enquanto que em 2010 a Petrobras era a terceira maior petroleira do mundo em valor de mercado, com 228 bilhões de dólares, ao final de 2011 a empresa valia pouco mais de 156 bilhões, segundo o jornal 'O Globo' desta segunda-feira.
Gabrielli deve abandonar a empresa para assumir um cargo no governo da Bahia, seu Estado de origem. O objetivo principal seria prepará-lo como candidato para suceder o atual governador, Jacques Wagner, do PT, em outubro de 2014.
Foster fez toda sua carreira dentro de Petrobras, onde ingressou em 1978 como estagiária e, desde 2007, ocupa o cargo de diretora do setor de Gás e Energia.
Conhecida como "mão de ferro", Foster é próxima da presidente Dilma, a quem conheceu quando a presidente era secretária de Energia do Estado do Rio Grande do Sul.
Foster, que viveu em uma favela do Rio de Janeiro até os 12 anos, afirmou em uma entrevista ao jornal O Globo em setembro que conheceu "a violência doméstica quando pequena e as dificuldades da vida". "Sempre trabalhei duro", afirmou.
"A eleição de Foster não foi uma surpresa. Desde o início do governo Dilma, em janeiro de 2011, seu nome era citado no caso de uma eventual substituição de Gabrielli", disse à AFP Adriano Pires, especialista do setor petroleiro do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Segundo Pires, um dos principais desafios de Foster será aumentar a produção da Petrobras, "que caiu 0,9% em 2011 com relação a 2010" e por fim ao receio do mercado financeiro sobre a companhia.
"O valor médio das ações ordinárias e preferenciais (com direito a voto) da Petrobras caiu 40% de 2009 a 2011", disse o analista.
Às 17H30 GMT (15H30 de Brasília), as ações ordinárias (ON) da Petrobras apresentavam alta de 2,58%, a 27,03 reais (15,43 dólares), e as preferenciais (PN) subiam 1,94%, a 24,69 reais (14,09 dólares).
A Petrobras tem em suas mãos um enorme volume de petróleo que o Brasil descobriu em águas ultra profundas e que, segundo suas estimativas, incrementarão significativamente os volumes de petróleo explorados pela gigante sul-americana nos próximos anos.
Para esse fim, a petroleira lançou ao final do 2010 a maior oferta de ações da História, para capitalizar-se em mais de 70 bilhões de dólares.
"Outra prioridade de Foster deverá ser acelerar projetos para valorizar esses poços da região do pré-sal", declarou João Luiz Zuneda, da consultoria Maxiquim, ao Valor.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião