O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, prometeu ouvir a nação, sugerindo que pode suavizar os aumentos de impostos previstos que provocaram a pior reação à austeridade desde que o país recebeu um pacote de socorro no ano passado. O aumento previsto nas contribuições para a seguridade social prejudicou a aceitação da austeridade em Portugal e provocou grandes protestos, elevando a pressão sobre o governo que se esforça para atender às estritas condições do resgate. "Nós não somos surdos para as dificuldades enfrentadas pelo país", afirmou Passos Coelho ao Parlamento.
Portugal entrou na sua pior recessão desde os anos 1970 em meio a aumentos de impostos e cortes de gastos radicais, com a popularidade do governo de centro-direita caindo para o pior nível de todos os tempos depois de ter anunciado as mudanças fiscais.
O governo disse em 7 de setembro que iria elevar as contribuições para a seguridade social para todos os trabalhadores em 2013 de 11% para 18% por cento, ao mesmo tempo em que iria cortar o mesmo imposto para as empresas.
O presidente Aníbal Cavaco Silva convocou uma reunião na sexta-feira à noite do seu Conselho de Estado, um órgão consultivo composto de altas figuras políticas, para discutir a situação no país após o anúncio da medida fiscal. Ele disse que a possibilidade de uma crise política tinha sido evitada. "Eu acho que esta possibilidade já foi superada", afirmou o presidente. "Isso seria dramático para Portugal, todos sabem o que pode acontecer a Portugal se acrescentarmos uma crise política às nossas dificuldades de financiamento externo".
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