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O movimento de redução do juro dos cartões de crédito fez os quatro maiores bancos do país com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderem R$ 33 bilhões em valor de mercado em apenas uma semana, segundo levantamento da consultoria Economática. Itaú Unibanco perdeu R$ 13 bilhões; o Bradesco encolheu R$ 10 bilhões; o Santander Brasil teve perdas de R$ 6 bilhões e o Banco do Brasil encolheu R$ 4,9 bilhões, de acordo com os números da consultoria. E um relatório do banco Safra mostra que as ações dessas instituições devem continuar pressionadas no curto prazo.

Os analistas do Safra Rafael Ferraz e Francisco Kops avaliam que o Santander sofre o maior impacto à primeira vista com a redução do juro do cartão. Apenas na semana passada, quando o Bradesco e o Banco do Brasil anunciaram a redução do juro do cartão de crédito e o Itaú Unibanco sinalizou que vai no mesmo caminho, as units do banco espanhol negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderam 9,74%, segundo um levantamento feito pela consultoria Economática.

De acordo com os analistas do Safra, o Santander possui uma das maiores receitas do mercado no segmento do cartão de crédito. A receoita equivale a 10%, mais tarifas. O banco também tem uma das maiores taxas de juro na praça. Os analistas lembram que o Santander informou que teve um crescimento de 25% no segmento de cartões, contra os 15% apresentandos por seus concorrentes.

"Isto indica que o banco está focando neste produto e deve adotar, dessa maneira, taxas mais competitivas", avaliam os analistas.

Depois do Santander, dizem os analistas do Safra, os bancos Bradesco e Itaú Unibanco serão os mais impactados pela redução do juro do cartão de crédito. Na semana passada, as ações PN do Bradesco perderam 8,51% enquanto os papéis PN do Itaú Unibanco recuaram 9,09%, de acordo com a Economática.

Para Rafael Ferraz e Francisco Kops, do banco Safra, após o Bradesco reduzir em cerca de 50% as taxas de cartões de crédito, o lucro do banco deve cair 4% para o final de 2013, considerando-se o crédito rotativo. A diretoria do banco estima um impacto de 2% a 3%.

Já para o Itaú Unibanco, a visão dos analistas do Safra é mais positiva. Mesmo com o banco tendo maior exposição ao financiamento com cartões de crédito em relação aos seus concorrentes - 11% da receita. Segundo Ferraz e Kops, o banco tem mais alternativas para compensar a perda de receira com o programa de ganho de eficiência, que já está sendo implantado, assim como as sinergias com a Redecard (RDCD3) e o recém lançado Itaúcard 2.0 - oferecendo uma melhor relação risco-recompensa em comparação a outros cartões.

Para os analistas do Safra, o Banco do Brasil deve ser o menos impactado, de acordo com os analistas, devido à menor exposição à receita de cartões, de apenas 5%. Os papéis ON do banco perderam 6,49% na semana passada. Os analistas mostram que o BB levanta preocupação com as informações de que o valor das tarifas bancárias de alguns serviços pode ser reduzido.

"Caso tal movimento ocorra, outros bancos devem ser estimulados a também revisar suas tarifas para baixo. Sob esse cenário, acreditamos que será cada vez mais difícil para os bancos compensar perdas de receita com taxas de cartões de crédito", afirmam os analistas.

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