A Petrobras deve receber na semana que vem propostas pela sua distribuidora de gás de botijão, a Liquigás. A ideia é vender 100% da companhia e sair de vez do setor.
Segunda maior distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP, o combustível envasado em botijões) do país, a Liquigás é um dos maiores ativos do pacote de desinvestimentos da Petrobras.
É considerada também um dos mais atrativos neste momento, devido ao seu posicionamento no mercado e ao fato de estar sendo vendida integralmente.
A empresa está sendo avaliada pelas duas maiores concorrentes, Ultragaz e Supergasbrás, pela quarta no ranking nacional, a Copagaz, e por companhias internacionais do setor.
Com uma fatia de 22,6% do mercado, a Liquigás teve um lucro de R$ 114,3 milhões em 2015, segundo relatório publicado este mês.
Segundo um executivo do setor, a transação pode movimentar pelo menos US$ 1 bilhão. A conta considera uma transação realizada este mês pela chilena Abastible, que pagou US$ 335 milhões pelas operações de GLP da espanhola Repsol no Peru e no Equador.
O negócio envolveu um mercado de 470 mil toneladas por ano, o equivalente a 20% do volume vendido pela Liquigás em 2015.
A alta concentração no setor de GLP é vista como um obstáculo às duas maiores empresas do setor, que podem enfrentar resistências de órgãos de defesa da concorrência -juntas, Liquigás, Supergasbrás e Ultragaz controlam dois terços das vendas nacionais.
A Petrobras tem como objetivo arrecadar US$ 14,1 bilhões com seu plano de venda de ativos. Mas ainda não conseguiu fechar nenhuma operação em 2016.
Além da Liquigás, estão no pacote os ativos de gás natural e biocombustíveis, operações na Argentina e participações em campos de petróleo.
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