BC reduz compulsório e ajuda bancos

O Banco Central tomou no fim da noite de quinta-feira uma medida para tentar aliviar a falta de dinheiro disponível no sistema financeiro. A medida deve beneficiar principalmente pequenos e médios bancos, que têm enfrentado graves problemas para captar recursos no mercado. A autoridade monetária anunciou que bancos que adquirirem carteiras de crédito de outras instituições terão redução do depósito compulsório.

A medida pode liberar até R$ 23,5 bilhões para o mercado. Essa foi a segunda decisão para tentar dar mais liquidez ao mercado financeiro em menos de 10 dias. Em 24 de setembro, o BC mudou regras do mesmo depósito compulsório e liberou R$ 13,2 bilhões aos bancos. Naquela ocasião, a medida também favorecia as instituições de menor porte, principalmente.

A decisão deve favorecer a aquisição de carteiras de crédito de bancos pequenos pelas grandes instituições. Isso porque essas compras vão gerar abatimento no valor a ser recolhido na forma de depósito compulsório sobre os depósitos a prazo. O benefício só será dado quando a carteira adquirida for de um banco com patrimônio de até R$ 2,5 bilhões.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a oferta de crédito é o principal problema gerado pelo agravamento da crise financeira dos Estados Unidos. Ele garantiu, no entanto, que o governo tomará todas as medidas necessárias para que a economia brasileira continue crescendo. "Não se trata de um problema de solvência, mas sim de liquidez. Mas é bom lembrar que problemas de liquidez podem se tornar problemas de solvência", afirmou durante encontro com empresários que representam a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista.

Para o ministro, o comportamento dos mercados nas duas últimas semanas não deve ser analisado como um período normal e enfatizou que os setores que poderiam apresentar algum problema já estão sendo atendidos pelo governo. "Abrimos as torneiras dos compulsórios", disse.

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Mantega criticou os prognósticos negativos feitos por alguns economistas a respeito dos impactos da crise sobre o Brasil. "Se fôssemos dar ouvido aos analistas açodados, deveríamos levar um tombo", afirmou. Para o ministro, as avaliações dos profissionais parecem estar simplesmente transferindo o estado de ânimo dos EUA e da Europa para o Brasil. "Chegam a falar em crescimento de apenas 1% ou 2% em 2009. Isso é uma grande besteira", minimizou.

Na mesma ocasião, o ministro disse que o governo poderá fazer "uso criativo" das reservas internacionais, atualmente em cerca de US$ 207 bilhões, para dar mais liquidez ao mercado financeiro. Mantega, contudo, não detalhou quais seriam essas medidas, mas ressaltou que os leilões de venda de dólar conjugada com compra futura que o Banco Central (BC) promoveu recentemente não alteraram o nível das reservas.