Para a classe médica, as dificuldades enfrentadas pelos pacientes para o agendamento de consultas são consequências de um conflito maior, entre os médicos e as operadoras de saúde. Segundo o cardiologista Darley Rugeri Wollmann Jr., secretário-geral do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), os atendimentos pelos convênios representam, em média, 80% do volume de pacientes de um consultório, e o valor recebido por consulta varia de R$ 25 a R$ 45. Os médicos reivindicam o reajuste destes honorários para R$ 80, valor de referência da tabela da Associação Médica Brasileira (CBHPM).

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"Com o valor pago atualmente, está difícil para os médicos sustentarem um consultório, levando a uma interferência muito grande na relação médico-paciente", avalia. Segundo ele, nos últimos 8 anos a mensalidade dos planos sofreram reajustes de 160%, enquanto a tabela dos honorários médicos foi corrigida em 60%.

Segundo o médico, os contratos entre médicos e operadoras preveem horários específicos para entendimento aos planos, mas, com a defasagem dos valores repassados por atendimento, muitos profissionais estão se descredenciando ou reduzindo gradualmente os atendimentos aos planos, priorizando plantões e consultas particulares. O médico acredita que a normativa da ANS não resolverá o cerne da questão, mas concorda que a regra tende a reduzir o tempo de espera dos pacientes.

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A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) afirma, em nota, que participou dos debates sobre a pesquisa que deu origem à normativa e que aguarda a divulgação das regras para se pronunciar. Sobre a questão da tabela de honorários, a Abramge afirma que "não faz parte das atribuições da entidade a discussão sobre tabela de honorários médicos, que são feitas entre a classe médica e as operadoras de acordo com as particularidades de cada região".