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Comportamento

Processo que leva a tomada de decisão atrai economistas

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A economia comportamental é um ramo bastante promissor, não só por levar em conta que as pessoas tomam decisões que não são lá muito racionais, mas por provar que esse lado humano tem efeitos de relevância econômica. "O maior desafio agora é mostrar como a qualidade das previsões pode ser aprimorada quando elas incorporam novos conceitos vindos da psicologia", afirma a economista Roberta Muramatsu, professora da Universidade Mackenzie, de São Paulo.

Nos modelos tradicionais, os economistas partem do princípio de que os seres humanos tomam as decisões que melhor satisfaçam suas preferências. Em outras palavras, a economia virou a ciência que estuda o direcionamento de recursos feito através de escolhas racionais. É com base nesse modelo, por exemplo, que os políticos sabem que um imposto maior sobre a gasolina leva a um consumo mais eficiente do combustível – afinal, quando o preço sobe, as pessoas e empresas notam que vale a pena investir em motores mais econômicos. A partir dos anos 70, no entanto, estudiosos da área comportamental passaram a mostrar que a economia tradicional leva a previsões que nem sempre são verificadas na prática.

Em um dos experimentos mais famosos, os pesquisadores lançaram a seguinte tarefa a um voluntário: ele teria de dividir US$ 10 com outra pessoa, que teria o poder de aceitar ou não a oferta; se ela não concordasse, ambos ficariam sem nada. Pela economia clássica, quem fizesse a divisão escolheria um valor alto para si, US$ 9 ou US$ 8, com a intenção de maximizar seus ganhos. O parceiro, aceitaria, porque US$ 1 ou US$ 2 é mais do que zero. Seria irracional sair sem nada. Na prática, quando a pessoa com o poder de veto via que o valor oferecido era muito baixo, ela optava por nem recebê-lo.

Critérios subjetivos, como justiça, igualdade e o medo de sair perdendo, portanto, influenciam decisões econômicas. "Entendemos muito melhor hoje por que as pessoas podem fazer escolhas ruins ou não previstas", diz Roberta. "Temos dificuldade em postergar o consumo e uma grande aversão à perda. São fraquezas que fazem diferença."

O mais novo aliado nos estudos do comportamento econômico é uma ciência chamada de neuroeconomia. Ela usa técnicas das neurociências, como exames de imagens, para estudar os processos que as decisões econômicas desencadeiam no cérebro. Os cientistas têm tentado entender, por exemplo, como a sensação de prazer está associada a uma compra. Já foi descoberto que regiões diferentes do cérebro são usadas para decisões imediatas e para escolhas no futuro. Isso explica a dificuldade que temos em postergar um prazer (uma compra tentadora), mesmo que estoure a fatura do cartão de crédito.

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"Todas as coisas a que me propus no começo de 2008, consegui alcançar. Voltei a andar depois de retirar um câncer, consegui trocar de carro e a empresa do meu irmão progrediu. Para 2009, quero trocar de carro, comprar uma casa melhor e, finalmente, pedir minha aposentadoria."

Bárbara Miguel, manicure(Foto 1) "Todo mundo planeja ser uma pessoa melhor, mais solidária. Me dediquei a projetos sociais e, para 2009, quero continuar assim. Prometi que iria controlar os gastos e consegui. Pensei também em começar a trabalhar, mas como acabei trocando de turno na faculdade, acabei não conseguindo o emprego que queria, então vou me dedicar mais aos estudos."

Anelize Cristine Bento, estudante de direito(Foto 2)

"A única coisa que pensei em fazer em 2008 foi economizar. Sempre digo que vou guardar ou que vou investir, mas nunca cumpro. Queria comprar um computador para mim, mas não guardei o suficiente pra isso. Em 2009, quero comprar um carro, para não depender mais de ônibus."

Karina Mireli, caixa de restaurante(Foto 3)

"Eu queria casar e, graças a Deus, consegui. Tentei também emagracer, mas faltou força de vontade. Para 2009, quero apenas comprar o meu carro."

Karine Kamarowski, demonstradora

"Tudo o que eu pensei em fazer eu consegui. Encontrei um emprego e por isso pude comprar uma tevê nova e fui ao Rio Grande do Sul, visitar parentes. Em 2009, tenho novas metas a conquistar, como tirar minha carteira de motorista e comprar uma casa nova pra minha mãe."

Débora Catelli, funcionária pública

"Queria mudar de emprego e fazer uma faculdade em 2008. Graças a Deus, consegui tudo isso. Em 2009, não quero mais andar de ônibus, vou comprar um carro."

Diego Morais, funcionário de banco

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