O mercado de feiras, convenções e congressos começa a dar sinais de que se recupera da ressaca gerada pela crise econômica e pela gripe A (H1N1), que provocou adiamento e cancelamento de eventos.
Em Curitiba os prejuízos com a gripe suína chegaram a R$ 15 milhões, dos quais R$ 1 milhão somente para os centros de eventos, calcula a presidente da Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef), Margareth Pizzatto. Segundo ela, pelo menos 20 eventos de grande porte foram adiados ou cancelados na cidade entre julho e agosto.
Embora o número de participantes em eventos tenha caído no primeiro semestre entre 5% a 10%, a retomada dos negócios é uma realidade para a maioria das empresas."De maneira geral, o setor já está voltando ao normal, o que deve compensar as perdas dos últimos meses", afirma Margareth.
Rodrigo Swinka, gerente geral do Estação Embratel Convention Center, conta que o setor sofreu os efeitos da gripe entre julho e agosto, mas que a expectativa é que os volumes se recuperem entre setembro e dezembro. A previsão é fechar com cerca de 250 eventos realizados em 2009, volume próximo do registrado no ano passado. De acordo com ele, a procura por agenda para 2010 está surpreendendo e a expectativa é de um avanço de 10% no próximo ano.
Agenda cheia
Depois de ter dois eventos adiados por conta da gripe suína, um para o fim do ano e outro para fevereiro de 2010, Marcelo Franco, diretor executivo do Expo Unimed Curitiba e do Teatro Positivo, diz que o movimento voltou ao normal. "Estamos com a agenda praticamente lotada. Só temos dois dias vagos em outubro e um em novembro", afirma. De acordo com ele, o segundo semestre é, sazonalmente, mais forte do que o primeiro. A previsão para este ano é de um crescimento de 10%.
De acordo com Margareth, da Abraccef, a redução do número de participantes por evento foi o principal impacto da crise e da gripe. Para cortar custos, as empresas reduziram o número de funcionários enviados para eventos. Da mesma forma, o medo do contágio da doença afugentou a participação de mais pessoas. Por isso, apesar de prever um aumento de 10% no número de eventos para 2009 no ano passado o país sediou 19,5 mil o público esperado deve ser muito próximo do alcançado em 2008, com 28 milhões de pessoas. "Com a crise também houve redução de verba para exposição e os estandes estavam mais simples do que nos últimos anos", acrescenta Marcelo Franco, da Expo Unimed Curitiba.
Grande porte
De acordo com Janete Floriano, gerente comercial do Expotrade Pinhais, os eventos de grande porte não sofreram abalo forte por causa da gripe e da crise, até porque a programação é feita com muita antecedência e requer uma logística elaborada. Em 2009 o Expotrade deve receber 435 mil pessoas entre público de feiras, convenções e shows, número 20% superior ao do ano passado. Segundo ela, a gripe, porém, teve reflexo na redução do volume de solicitações de orçamento nos últimos três meses. Agora, passado o pânico de julho e agosto, o movimento voltou ao normal."Para 2010 projetamos um avanço de 30%", afirma.
Com foco de atuação principalmente em aniversários, eventos corporativos, casamentos e formaturas, o Jockey Club também já sentiu aquecimento na procura: tem 67 eventos programados para o segundo semestre e mais 60 confirmados para o próximo ano, segundo Gilnei Ledur, diretor de eventos.