O Ministério Público Federal em São Paulo decidiu investigar os ex-donos e ex-dirigentes do Banco Cruzeiro do Sul por crimes contra o sistema financeiro, incluindo lavagem de dinheiro.A investigação resulta de inquérito da Polícia Federal de São Paulo iniciado em 2010, que apurou indícios de maquiagem de balanço entre 2008 e abril de 2009 apontados pelo Banco Central.
O inquérito não tem relação com as operações de crédito fictícias que, entre outras irregularidades, levaram o Banco Central a intervir no Cruzeiro do Sul em junho deste ano e liquidá-lo na semana passada. O banco teve um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões e não teve interessados em comprá-lo até a quinta-feira da semana passada.
O Banco Central apurou que, entre 2008 e abril de 2009, os responsáveis pelo Cruzeiro do Sul teriam promovido resultados artificiais nas demonstrações financeiras do banco.
Segundo o Ministério Público, teriam sido utilizadas quatro modalidades diferentes de fraudes contábeis com o objetivo de inflar o lucro do banco e promover o pagamento indevido de R$ 90 milhões aos acionistas. Desse total, R$ 63 milhões teriam sido destinados aos então controladores do banco.
Além dos ex-donos Luiz Felipe Índio da Costa e Luiz Otavio Índio da Costa, também estão sendo investigados um ex-conselheiro e uma ex-diretora da instituição bancária.
Segundo o Ministério Público, os dois teriam se unido aos ex-donos para administrar o banco de maneira fraudulenta, o que caracterizaria o crime de formação de quadrilha.
Busca e apreensão
A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão na casa de Luiz Otavio Índio da Costa, antigo dono do Banco Cruzeiro do Sul. Além da residência, os policiais foram até uma empresa da família Índio da Costa no Rio de Janeiro. Segundo a PF, a empresa era utilizada "aparentemente para ocultação de bens" adquiridos irregularmente pelos ex-donos do banco.
Ninguém foi preso, mas foram apreendidos documentos e material digital.Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de São Paulo e foram cumpridos pela manhã desta terça.
A Polícia Federal pediu ainda a indisponibilidade de imóveis, veículos, e de investimentos bancários e no mercado financeiro em nome dos investigados, como já havia feito o Banco Central quando determinou a intervenção no banco em junho.Além deste inquérito, corre outra investigação contra os os dirigentes do Cruzeiro do Sul no Rio de Janeiro e um segundo em São Paulo.
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