A expansão do plantio da cana-de-açúcar para 6,62 milhões de hectares vai levar o Brasil a bater um novo recorde de produção na safra 2007/08. A colheita será de 528 milhões de toneladas, de acordo com o primeiro levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado ontem pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.
O resultado representa um aumento de 11,20% sobre a safra anterior, de 474,8 milhões de toneladas. A área plantada também cresceu: 7,4% sobre os 6,16 milhões de hectares daquele período. Houve aumento ainda de 3,5% na produtividade, em razão de novas variedades de cana e melhores condições tecnológicas. A maior produção está concentrada no Centro-Sul, com 461,6 milhões de toneladas, 87,4% do total. A maior parte do plantio da região, 66,9%, será feita no estado de São Paulo.
A maior parte da cana, cerca de 468,2 milhões de toneladas, o equivalente a 88,7% do total, será destinada à indústria sucroalcooleira. Segundo o levantamento da Conab, o Paraná foi o estado que mais expandiu a quantidade esmagada de cana para fabricação de açúcar e álcool, comparado à safra anterior: com 10.259,2 mil toneladas a mais, o aumento foi de 32,32%.
Do total de cana-de-açúcar que está sendo esmagada pelo setor sucroalcooleiro, São Paulo esmagará 59,41% (278,11 milhões de toneladas), o Paraná 8,97% (42 milhões de toneladas), Minas Gerais 7,85% (36,74 milhões de toneladas), Alagoas 5,16% (24,14 milhões de toneladas), Goiás 4,24% (19,85 milhões de toneladas) e Pernambuco 3,5% (16,39 milhões de toneladas).
O álcool terá o maior volume da história, com 20,01 bilhões de litros, resultado 14,54% superior ao da última safra. As estimativas reforçam a expectativa de preços baixos do açúcar e do álcool para 2007/2008. Segundo o consultor Luiz Carlos Correa Carvalho, da Canaplan, "o ano vai ser terrível para os preços", já que a produção de álcool será 14,54% maior em um mercado ainda muito dependente do consumo interno, e a produção do açúcar em países exportadores, como a Tailândia e Índia, também será alta.
A pesquisa foi realizada por 40 técnicos da Conab junto a 338 usinas/destilarias e 60 entidades de classe, como cooperativas e instituições públicas e privadas, no período de 29 de abril a 12 de maio.