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Setor automotivo

Produção de carros quase dobra

Pátio de fábrica da Nissan no Japão: corte de 20 mil vagas ao redor do mundo | Toru Hanai/Reuters
Pátio de fábrica da Nissan no Japão: corte de 20 mil vagas ao redor do mundo (Foto: Toru Hanai/Reuters)

SÃO PAULO - A produção da indústria automobilística voltou a crescer em janeiro, depois de cinco meses em declínio. No mês passado, foram produzidos 186,1 mil veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no país, quase o dobro que em dezembro (92,7%). Já as vendas mostraram uma leve recuperação, com alta de 1,5%, atingindo 197,5 mil unidades, contra 194,5 mil em dezembro. Mas, diante dos números de janeiro de 2008 — 255,2 mil veículos fabricados e 215 mil vendidos —, a produção caiu 27,1% e as vendas, 8,1%. Os dados foram divulgados ontem pela Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no país.

Apesar da melhora dos indicadores de desempenho do setor, atribuída principalmente à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e à recuperação da oferta de crédito, a entidade adiou mais uma vez o anúncio de suas projeções para o mercado este ano. "A redução do IPI teve efeito direto e há uma expectativa de que a recuperação continue, mas ainda é difícil dizer onde vai se estabelecer o novo patamar do mercado", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.

Os primeiros números de fevereiro são positivos: até o dia 6, a produção andava a um ritmo de 10,8 mil unidades por dia, e as vendas, de 9,9 mil veículos. "As vendas estão sendo retomadas, mas não esperamos volumes iguais aos de antes", afirmou Schneider.

A produção do setor atingiu seu auge em julho, com 317,9 mil unidades, e hoje está situada em menos de dois terços daquele número. Com as férias coletivas de final de ano, que avançaram até a segunda semana do mês, em alguns casos, e a recuperação nas vendas, os estoques nas montadoras e concessionárias fecharam janeiro em 193.384 unidades, o equivalente a 31 dias de vendas, depois de ter chegado a 305 mil unidades em dezembro, ou 56 dias de vendas.

Questionado sobre as filas para comprar alguns modelos, Schneider negou que as montadoras tenham exagerado nos ajustes na linha de produção. Segundo ele, os problemas de desabastecimento são pontuais.

Mas, se no front doméstico houve avanço, as exportações preocupam. Em janeiro, as vendas externas da indústria automobilística somaram US$ 428,3 milhões, valor 50,5% menor que o das exportações de dezembro. Diante de janeiro de 2008, essa queda chega a 58,2%. "Todos os nossos mercados (Europa, Estados Unidos e América Latina) estão caindo", observou Schneider.

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