O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, estima que a produção de etanol levará até dois anos para se normalizar, após uma crise que ele atribui a fatores conjunturais. Segundo Tolmasquim, a queda do biocombustível foi a principal causa da diminuição de 0,9% da participação de energias renováveis no Balanço Energético Nacional (BEN), divulgado na última segunda-feira (11).
"Estamos em um período ruim para o etanol, pois tivemos um baque depois da crise mundial de 2008 e as modernizações necessárias não puderam ser feitas. Além disso, tivemos azar no aspecto climático nos últimos dois anos. Então, estamos com problema de falta de matéria-prima e tivemos um aumento nos insumos", afirmou Tolmasquim. "Mas são questões conjunturais, continuo apostando que o etanol vai deslanchar. Teremos um ou dois anos de efeitos e depois o crescimento vai voltar, pois estão sendo feitos investimentos e foram tomadas medidas, como a estocagem."
A crise no setor provocou uma queda de 9,2% no uso de produtos da cana-de-açúcar para a produção energética. De acordo com Tolmasquim, o aumento da energia produzida por hidrelétricas (6 1%) evitou um impacto maior no quadro geral. "A matriz ficou praticamente estável, ficou normal dentro da variação. Tivemos um ano hidrológico muito bom e compensou a diminuição do etanol. Entre as não-renováveis, o uso da gasolina acabou aumentando."
Na Rio+20, evento que começou nesta quarta-feira no Rio de Janeiro, mesmo com o protesto dos ambientalistas contra a construção de hidrelétricas na região amazônica, Tolmasquim reforçou o potencial de desenvolvimento regional que poderia ser aproveitado com a construção das usinas.
"É importante neste debate sobre o papel das hidrelétricas considerarmos como elas são concebidas hoje. São vetores de desenvolvimento regional. Dadas as compensações adequadas, dão condições melhores às populações locais."
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast