A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou ontem, a uma plateia de representantes da indústria naval, que a necessidade de aumentar a produção de petróleo é a prioridade da empresa. Graça explicou que, por esse motivo, nem sempre poderá seguir na política de desenvolvimento do setor no Brasil, na contratação de embarcações de apoio, como tem defendido o governo.
O comentário foi feito durante a divulgação do balanço do Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam). O programa, que existe em 2000, contratou 87 navios de apoio a plataformas no Brasil até hoje, de um total de 146 previstos em sete rodadas de licitações. Para a sexta rodada, em andamento, existem 26 ofertas. Se todas fossem fechadas, sobrariam ainda 43 navios a serem contratadas na última rodada, aberta esta semana.
Graça disse aos representantes do setor que não há espaço para improviso no atendimento à grande demanda da empresa. "Nossa política é muito clara. Vamos contratar o que for possível e competitivo em relação a outras oportunidades fora do Brasil. E foi assim desde 2003. Não é possível dar jeitinho. Nossa prioridade é óleo produzido", afirmou.
Investigação
Ontem, a presidente da Petrobras também afirmou que os trabalhos da auditoria interna que investiga o possível envolvimento da empresa no caso de pagamento de propinas feito pela SBM em todo o mundo ainda não estão concluídos. A previsão inicial, de 30 dias, feita pela empresa, teria o último domingo como data final.
Em 2012, a empresa que aluda plataformas SBM, sediada na Holanda, descobriu, por meio de investigações internas, o pagamento de propinas em três países, dois fora da África. Segundo relato de um ex-funcionário da SBM, a Petrobras teria sido, entre 2006 e 2011, destino de US$ 139 milhões dos US$ 275 milhões que a empresa teria pago em propinas no mundo.