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Produção do PR cai em 2006 mas ensaia recuperação no fim do ano

Avô herói | Reprodução Rede Globo
Avô herói (Foto: Reprodução Rede Globo)

O desempenho ruim dos segmentos de veículos e derivados de madeira puxou para baixo os níveis de produção das indústrias situadas no Paraná no ano passado. Foi uma época em que a valorização da moeda nacional diante do dólar diminuiu a competitividade dos produtos no exterior, prejudicando as exportações, e os efeitos das desanimadoras safras de anos anteriores ainda puderam ser sentidos. As linhas de produção de segmentos dependentes do agronegócio e do mercado externo, portanto, trabalharam menos.

Na média, a produção paranaense recuou 1,6% em 2006, contra um avanço nacional de 2,8%. Ao lado do Paraná, somente Rio Grande do Sul e Amazonas apresentaram taxas negativas. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Aqui, a queda só não foi maior porque no fim do ano as fábricas ganharam ritmo e reverteram a tendência negativa. O dado anima o empresariado porque pode representar também um início de ano positivo para o setor.

"O resultado do Paraná deve ser visto com cautela", sugere a economista Fernanda Vilhena, da Coordenação de Indústria do IBGE. A queda na produção paranaense, diz ela, foi concentrada. "Dos 14 setores, apenas 5 tiveram resultado negativo no ano." Entre eles está a produção de veículos, que responde por 10% de tudo o que é produzido no estado. Daí o peso que a queda de 20,5% na produção deste segmento teve no cômputo geral. "Uma reversão deste setor pode significar uma melhora no desempenho do estado", avalia Fernanda.

Para ilustrar este raciocínio, ela explica que a produção de veículos vinha em queda de 33,1% no terceiro trimestre de 2006 na comparação com igual período de 2005, mas esta queda desacelerou para 14,8% no trimestre seguinte. Acompanhando o movimento do setor de veículos, a produção das indústrias do Paraná saiu de um recuo de 3,3% no terceiro trimestre para um avanço de 4,5% nos últimos três meses do ano.

"Embora o resultado do ano indique retração, há este cenário positivo de aceleração no quarto trimestre, o que pode indicar um quadro positivo para este começo de ano", completa a economista.

Em dezembro, de acordo com os dados divulgados ontem, a produção cresceu 2,7% na comparação com dezembro de 2005, e 3,2% na comparação com o mês anterior, o melhor desempenho do país. "Nós esperamos um ano melhor. Os dados da safra deste ano já são bem melhores, já mostram uma recuperação", afirma Roberto Zürcher, do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

Apesar da queda de alguns setores (veja mais no quadro ao lado), outros exerceram pressões positivas sobre o cômputo geral. A produção da indústria de alimentos registrou expansão de 5,8%, com destaque para a fabricação de açúcar cristal e óleo de soja refinado, e o setor de edição e impressão teve acréscimo de 10,7%, principalmente por causa do maior volume de impressão de livros didáticos.

Vendas

Na contramão da produção das fábricas, as vendas industriais cresceram 6,6% no ano passado, de acordo com dados divulgados pela Fiep na quarta-feira. Para Roberto Zürcher, economista da entidade, a disparidade entre o movimento da produção e das vendas mostra que o empresariado está aprendendo a agregar mais valor aos produtos para contornar problemas como o câmbio e o clima.

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