Após três meses seguidos de queda, a indústria paranaense reagiu em setembro, crescendo 5,7% sobre o mês de agosto e atingindo o melhor resultado dentre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média nacional, houve recuo de 0,2%, com retração em nove regiões.
Na comparação com setembro de 2009, a atividade da indústria nacional avançou 6,3%. Nesse critério, o Paraná também apresenta o melhor desempenho nacional, com alta de 22,5%, no 12.º mês consecutivo de expansão nessa base de comparação. De janeiro a setembro, a alta acumulada é de 18,4%, a terceira mais forte do país.
O bom resultado de setembro, entretanto, não fez a indústria recuperar o patamar em que operou no mês de maio. Ela havia recuado 15,4% em três meses, em grande parte por causa da paralisação técnica da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Grande Curitiba, ocorrida entre julho e agosto. A própria recuperação da indústria em setembro é efeito da retomada da produção da Repar, embora o nível de produção da refinaria ainda tenha ficado abaixo do registrado em julho. No acumulado entre janeiro e setembro, a atividade do setor de refino de petróleo e álcool recuou 10% em relação ao mesmo período de 2009.
Destaques
Em termos de influência no resultado estadual, a indústria de veículos automotores ocupa a primeira posição, cuja produção mais que dobrou em relação a setembro do ano passado. O número também exige ressalva, pois é consequência da fraca base de comparação a longa paralisação dos metalúrgicos em setembro de 2009 derrubou a produção daquele mês. Desde o início do ano, as montadoras produziram 72,3% mais que em igual período do ano passado.
Outros setores com desempenho expressivo são a indústria de alimentos, que cresceu 23,5% sobre setembro do ano passado, impulsionada pela produção de açúcar cristal, óleo de soja bruto e carnes e miudezas de aves; edição e impressão, cujo avanço de 26,7% foi puxado pela demanda por livros, brochuras e impressos didáticos; e máquinas e equipamentos, cuja expansão de 12,5% foi puxada por refrigeradores, tratores agrícolas e máquinas para colheita os dois últimos, ligados ao agronegócio e à perspectiva de crescimento da safra.
"Neste ano temos um mercado doméstico mais forte do que o mercado exterior. Estimamos uma produção anual de 57 mil tratores contra 45 mil do ano passado, isso ajuda a 'puxar' o indicador", explica Francesco Pallaro, vice-presidente da CNH América Latina, que tem fábrica de máquinas agrícolas na Cidade Industrial de Curitiba. De janeiro a setembro, o setor de máquinas e equipamentos que inclui o mercado de tratores e colheitadeiras cresceu 33%.
Segundo o executivo, as exportações vêm crescendo gradualmente, mas ainda sem retomar os níveis de setembro de 2008. Pallaro avalia que o mercado de tratores e colheitadeiras deverá apresentar uma "queda natural" nos próximos meses em razão da sazonalidade desse mercado. "Não há razão para se prever uma queda acentuada", garante.
Importações
Além do setor de refino de petróleo e álcool, o segmento de produtos químicos também apresentou números negativos, com queda de 16% no acumulado do ano na compração com 2009. O resultado é reflexo do crescimento no volume de importações de adubos químicos e fertilizantes, que tornou o produto estrangeiro mais competitivo que o nacional.
"Após atingir seu ápice em março, a indústria nacional vem apresentando quedas, como resultado do câmbio sobrevalorizado que restringe as exportações. Já no desempenho mensal, apenas dois setores tiveram resultados negativos. O cenário geral, é de acomodação", avalia o economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Fernando Abritta.
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