Entre outros setores, fábricas ligadas à construção ajudaram a compor resultado ruim no estado| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

No país

São Paulo e Rio também contribuíram para deteriorar os resultados

Folhapress

A produção da indústria recuou 7,1% no Rio e 5,9% em São Paulo, entre janeiro e junho, ante o mesmo período do ano passado. Ambos os estados foram muito afetados pela queda na produção de automóveis e de caminhões.

No Rio, segundo a Firjan, a produção do setor automotivo caiu 40% no semestre. O recuo foi mais intenso que a média nacional (-18%).

A menor produção nas siderúrgicas e no refino de petróleo e álcool também afetou o desempenho do estado. As refinarias representam um quarto da indústria fluminense e, até maio, tinham reduzido a produção em 3,6%. Em junho, houve aceleração no refino e a atividade fechou o semestre com a produção praticamente igual à do mesmo período de 2011. Já a produção do setor metalúrgico encolheu 4,1%. "Acredito que haverá uma recuperação nos próximos meses, mas bem gradual, e insuficiente para colocar a indústria em terreno positivo neste ano", diz o gerente de estudos econômicos da Firjan, Guiherme Mercês.

Em São Paulo, a indústria de alimentos acumulou perda de 9% no semestre. "Esperávamos uma resposta positiva da indústria, mas a verdade é que o animal está ferido. Houve um período longo de desestímulos", disse Paulo Francini, da Fiesp.

Na direção oposta, Goiás aumentou em 9,2% sua produção, impulsionado pela fabricação de medicamentos e material de construção.

Para Júlio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi), o desempenho heterogêneo pelo país mostra que a retomada ainda não chegou à atividade.

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Pela primeira vez em 12 meses, a produção industrial paranaense apresentou queda – e acima da média nacional. Em junho, o resultado do setor foi de -7,5% em relação ao mesmo mês de 2011 – na comparação com o mês anterior, maio, a redução foi de 3,7%. No Brasil, a queda foi de 5,5% na comparação com o ano passado. Segundo avaliação do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o resultado ruim foi puxado por "adequações" à baixa demanda interna e à baixa competitividade internacional nos segmentos atrelados ao agronegócio, a material de transporte e também à construção civil. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos 14 segmentos investigados no Paraná, nove registraram redução na produção em relação a junho de 2011. Entre eles edição e impressão, produtos químicos, veículos automotores, minerais não metálicos, alimentos e borracha. A estatística aponta para uma desaceleração da produção industrial a partir do segundo trimestre, quando o setor produziu 5,2% menos que no primeiro. "Os números do segundo trimestre indicam que, a partir de abril, a indústria paranaense passou a promover adequações aos sinais recessivos da economia brasileira", avaliou, em texto, o presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço. Na comparação com maio, a queda foi registrada em 12 dos 14 segmentos. "O cenário nacional mostra uma resposta pífia dos empresários aos sucessivos pacotes de estímulo ao consumo e ao investimento lançados pelo governo federal, além da perda de capacidade competitiva do parque brasileiro frente aos produtos importados e do aumento das expectativas negativas quanto à intensidade e duração do segundo tempo da crise internacional", afirmou o economista.

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No acumulado do ano, o Paraná continua tendo um resultado melhor que o nacional. Com alta de 3,6% no primeiro semestre, o estado tem o segundo melhor resultado do país.