A produção industrial no Paraná registrou queda de 8,9% em março em relação ao resultado do mesmo mês de 2010, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na mesma comparação, o índice nacional caiu 2,1%. Este é o primeiro resultado negativo registrado pelo Paraná na comparação com o mesmo período do ano anterior desde outubro de 2010.
Dos 14 setores pesquisados pelo IBGE no estado, cinco apresentaram quedas. Um dos motivos do relativamente fraco desempenho é o chamado efeito calendário: o mês de março em 2011 teve dois dias úteis a menos do que o mesmo período em 2011. De acordo com o instituto, o setor que apresentou a maior queda foi o de edição e impressão, que caiu 49,5%, principalmente por conta da queda de produção de livros didáticos, tipicamente forte no início do ano.
Segundo o economista do IBGE Fernando Abrita, o setor de edição e impressão, que registrou o maior recuo no Paraná, não tem um peso tão grande na economia do estado. "É um setor de comportamento sazonal. No começo do ano, há muitas encomendas e o crescimento é muito forte, mas há uma rápida desaceleração. A tendência é de que se equilibre ao longo do ano", explica.
Outros setores que tiveram retração foram refino de petróleo e produção de álcool (-18,1%) e artigos de mobiliário (-28,5%). A produção de derivados de gasolina no estado foi afetada por causa das fortes chuvas da primeira quinzena de março, que afetaram cidades, estradas e até mesmo os oleodutos que ligam o terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. As chuvas entortaram os canos dos tubos na BR-376, provocando a interrupção total de fornecimento de óleo bruto à refinaria por pelo menos cinco dias à época, a estatal não deu detalhes sobre o ocorrido. "Outro fator atípico foi as férias coletivas de grandes empresas em março", aponta Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Crescimento
Os setores que registraram os maiores índices de crescimento foram veículos automotores (10,3%), impulsionado pela produção de caminhões, e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (22,8%). A área de máquinas e equipamentos também cresceu, com alta de 3,6%, com o aumento na produção de refrigeradores.