Depois de avançar 0,8% em março, a produção industrial do Paraná caiu 1,9% em abril, na comparação com o mês anterior, atingindo o menor nível desde outubro do ano passado. Apesar disso, no acumulado de 2011 o resultado da indústria estadual ainda é positivo, e aparece entre os três melhores do país.
De acordo com dados publicados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 10 das 14 atividades industriais pesquisadas no estado perderam ritmo de março para abril. O resultado negativo foi puxado por fortes recuos em segmentos como edição e impressão e máquinas e equipamentos. Apenas os ramos de refino de petróleo e álcool, produtos químicos, alimentos e veículos registraram alta no mês.
A retração paranaense foi mais suave que a verificada na média de todo o país. Em abril, a produção nacional recuou 2,1% em relação a março, conforme divulgado na semana passada. Foi a maior retração em mais de dois anos, num movimento que economistas e o IBGE atribuíram à desaceleração no ritmo de concessão de crédito, ao aumento dos juros e também ao crescimento das importações.
O dado do Paraná também supera o nacional na comparação com resultados de 2010. A produção do estado cresceu 1,4% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, contra uma queda de 1,3% na atividade industrial de todo o país. Além disso, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a indústria estadual cresceu 3,8% sobre o mesmo período de 2010, acima do avanço brasileiro, de 1,6%. Apenas dois estados têm desempenho melhor Espírito Santo, com avanço de 12%; e Rio de Janeiro, com 3,9%.
Segmentos
O crescimento da indústria paranaense em 2011, no entanto, não é homogêneo. Segundo o IBGE, 5 dos 14 segmentos avaliados estão produzindo menos neste ano do que em 2010. Vale destacar que, em abril, a indústria estadual ainda não havia sofrido os efeitos das greves nas montadoras da região metropolitana de Curitiba, iniciadas em maio a da Volkswagen persiste até agora.
Em comentário enviado à imprensa, o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço, afirmou que a performance positiva nos quatro primeiros meses do ano "pode ser imputada ao dinamismo do agronegócio, da demanda institucional e da construção civil".
Para Lourenço, os rumos da indústria paranaense no restante do ano dependem diretamente de "duas sinalizações contrárias". Uma delas, negativa, é a "manutenção da intransigente e restritiva estratégia de combate à inflação, por parte das autoridades monetárias". A outra, positiva, é "o desencadeamento de uma nova etapa de atração de investimentos pelo estado, em face da flagrante melhoria do clima institucional para a realização de negócios", afirma o presidente do Ipardes, em referência à política conduzida pelo governo estadual, ao qual o instituto é subordinado.