O ano começou mal para a indústria do Paraná. A produção industrial do estado caiu 4,6% em janeiro e completou o terceiro mês seguido de resultado negativo, acumulando perda de 17,1% entre novembro e janeiro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a indústria nacional conseguiu reverter dois meses de resultados negativos e avançou 2,9% em janeiro, recuperando parte da perda acumulada de 4,3%.
Com quedas de -8,9% e -4,6% respectivamente, Goiás e Paraná lideraram a queda da produção industrial verificada em quatro das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE. Nos outros dez locais, houve expansão da atividade industrial, puxada pela indústria de Minas Gerais (7%), que foi a que mais cresceu no país na passagem de dezembro para janeiro, seguida pelo resultado do Ceará (5,4%) e de São Paulo (3,5%). As demais regiões tiveram resultado positivo, porém, abaixo da média nacional.
No confronto com janeiro de 2013, o Paraná liderou a queda da produção industrial no país. O recuou de 11,2% interrompeu uma sequência de nove meses de taxas positivas. Nesse tipo de comparação, a indústria nacional também recuou 2,4% em janeiro deste ano.
Atividades
Sete das 14 atividades pesquisadas registraram queda na produção industrial no estado, que foi puxada pelos setores de edição, impressão e reprodução de gravações (-67,1%); produtos químicos (-34,1%); mobiliário (-20,9%) e bebidas (-6,6%). Os resultados positivos vieram dos produtos de metal (10,6%); veículos automotores (9,8%) e madeira (8,9%).
Na análise da economista Ana Silvia Martins Franco, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o resultado negativo em janeiro deste ano em comparação com janeiro de 2013 foi impactado, sobretudo, pelo desempenho ruim do setor de edição, impressão e reprodução de gravações, pressionado, segundo o IBGE, pela menor produção de livros, brochuras ou impressos didáticos.
"É um setor que não vem bem há bastante tempo e acaba influenciando negativamente a produção no estado", avalia. No caso dos produtos químicos, que refletem basicamente a indústria de adubos e fertilizantes, o encarecimento da extração de potássio e fósforo acabou favorecendo as importações.
Desaceleração
Segundo a economista do Ipardes, os resultados da indústria paranaense refletem uma desaceleração natural após um período de crescimento constante da produção no estado. "É difícil manter um crescimento sustentável ininterrupto" afirma Ana.
Os três meses de queda seguida da produção industrial no Paraná novembro, dezembro e janeiro também são tradicionalmente mais fracos para a indústria, acrescenta.