A produção industrial encolheu 9% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo dados divulgados nesta sexta (02) pelo IBGE. Este é o pior resultado para o mês de agosto nessa comparação desde 2002. Além disso, é a 18ª taxa negativa seguida frente a igual mês do ano anterior, o que representa desempenho negativo há um ano e meio.
Em relação a julho deste ano, a queda foi de 1,2%. Foi a terceira queda mensal seguida. Mesmo negativo, o resultado foi melhor do que o previsto por analistas, que projetavam queda de 1,6% na mesma comparação. No acumulado do ano, a atividade no setor recuou 6,9%. Em 12 meses, a baixa é de 5,7%, intensificando a queda registrada até julho, de 5,4% e mantendo a trajetória de queda iniciada em março de 2014.
Das quatro categorias econômicas pesquisadas, só a de bens intermediários (0,2%) não registrou retração na produção industrial na passagem de julho para agosto. A categoria de bens de capital teve a maior queda, de 7,6%. A de bens de consumo caiu 0,9%, a de bens duráveis encolheu 4% e a de semiduráveis e não duráveis, recuou 0,3%.
Dos 24 ramos pesquisados, 14 tiveram queda. A principal influência negativa foi registrada em veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,4%), eliminando a expansão de 1,9% observada nos mês anterior, quando interrompeu nove meses consecutivos de queda na produção. Outras contribuições que pesaram no resultado geral da indústria vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,6%), de produtos de metal (-3%), metalurgia (-1,3%), artefatos de couro e artigos para viagem e calçados (-3,6%), de máquinas aparelhos e materiais elétricos (-2,5%), de outros equipamentos de transportes (-3,4%) e de outros produtos minerais não metálicos (-1,5%).
Por outro lado, entre os nove ramos que ampliaram a produção em agosto na comparação com julho, o desempenho de maior importância para a média geral foi assinalado por produtos alimentícios, que avançou 2,4%, recuperando, dessa forma, parte da queda de 5,4% verificada em julho. Outros impactos positivos importantes foram observados nos setores de bebidas (4,3%), de indústrias extrativas (0,6%) e de produtos de madeira (5,1%), com o primeiro eliminando parte do recuo de 6,1% registrado no mês anterior; o segundo interrompendo três meses de taxas negativas consecutivas, período em que acumulou perda de 2,6%; e o último devolvendo parte da queda de 7,3% de julho.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao recuar 7,6%, e bens de consumo duráveis, que caiu 4%, mostraram as reduções mais acentuadas, influenciadas, em grande parte, pela menor produção de caminhões, na primeira, e de automóveis e eletrodomésticos, na segunda, ainda afetadas pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas.
Com os resultados de agosto, bens de capital registrou a queda mais intensa desde dezembro de 2014 (-15,4%) e acumulou perda de 25,3% nos últimos sete meses de taxas negativas consecutivas. Bens de consumo duráveis eliminou parte do avanço de 9,4% assinalado no mês anterior, quando interrompeu nove meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou redução de 26%. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis também registrou taxa negativa, de 0,3%, em agosto, após recuar 3,4% no mês anterior. Por outro lado, o segmento de bens intermediários, ao avançar 0,2%, mostrou o único resultado positivo no mês passado, interrompendo seis quedas consecutivas, período em que acumulou perda de 4%.
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