A produção industrial do país registrou crescimento de 0,5% em março, em relação ao mês anterior, quando a alta havia sido de 1,9%, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, foi verificado recuo de 2,1%, primeiro resultado negativo desde outubro de 2009. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 6,8% e, no ano, aumento de 2,3%.
De acordo com a pesquisa, dos 27 setores pesquisados pelo IBGE, 13 registraram expansão frente ao mês anterior.
Um dos destaques positivos foi o setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações, com alta de 10,1%. O setor eliminou a perda de 3,1% registrada no mês anterior. Outros destaques foram máquinas e equipamentos (1,8%), calçados e artigos de couro (9,2%), outros equipamentos de transporte (3,6%), produtos de metal (2,5%) e máquinas e aparelhos e materiais elétricos (2,9%).
A principal pressão negativa ficou com o setor de alimentos, com recuo de 3,9%, seguido por equipamentos médico-hospitalares, ópticos e outros, com queda de 9,2%. Outras quedas foram registradas nas indústrias extrativas (-1,9%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-6%) e bebidas (-2,8%).
Entre as categorias de uso, ainda na comparação com fevereiro, os setores produtores de bens de consumo duráveis e de bens de capital registraram as taxas mais elevadas, de 4,1% e 3,4%, respectivamente. Esses segmentos atingiram o patamar mais elevado desde o início da série histórica.
A produção de bens de consumo semi e não duráveis também cresceu (1%), mas o setor de bens intermediários apontou o único resultado negativo de março, de 0,2%, após crescer 1,3% em fevereiro.
"Em 2011, a magnitude de crescimento foi maior por causa das isenções fiscais", disse André Luiz Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE. De acordo com Macedo, com o resultado de março, a indústria está operando no patamar mais alto da série histórica.
"O setor de veículos automotores teve alta de 0,5% em março deste ano, na comparação com o mês anterior, e de 0,3% na comparação com março de 2010. Como houve crescimeno 5,9% em fevereiro, na comparação com janeiro, em março pode ter havido uma acomodação", explicou, ao analisar se a diminuição do crescimento da indústria automobilística teria a ver com a restrição de créditos do governo.
Sobre 2010
O recuo de 2,1% frente a março de 2010 interrompeu 16 meses seguidos de taxas positivas, disse o IBGE. "Vale destacar que março desse ano teve dois dias úteis a menos do que em 2010", ressalta o instituto, em nota.
"O índice foi pressionado pela queda na produção em todas as categorias de uso, 17 das 27 atividades, 40 dos 76 subsetores e 53% dos 755 produtos pesquisados", diz o IBGE.
Entre os setores, as maiores influências negativas sobre a taxa global vieram de outros produtos químicos (-8,6%), edição e impressão (-12,9%), têxtil (-15,7%), bebidas (-9,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-14,8%) e alimentos (-2,1%).
Acumulado do ano
No acumulado nos três primeiros meses de 2011, o crescimento de 2,3% frente a igual período do ano anterior foi sustentado pelos resultados positivos em todas as categorias de uso e em 18 das 27 atividades investigadas, disse o IBGE.
"Entre os setores, a fabricação de veículos automotores, com acréscimo de 10%, foi a maior pressão positiva, impulsionado pela expansão de 83% dos produtos pesquisados, com destaque para automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e caminhão-trator", diz o instituto.