A produção industrial brasileira subiu acima do esperado em fevereiro na comparação com janeiro, ao avançar 1,3% e registrar a maior taxa de crescimento desde a alta de 2,2% em fevereiro de 2011, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3).
Na comparação com fevereiro de 2011, a produção diminuiu 3,9%, taxa também melhor do que o esperado.
Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 0,50% em fevereiro sobre janeiro, segundo a mediana das projeções. Para a comparação com fevereiro do ano passado, a previsão era de queda de 5,8%.
Segundo o economista da Link Investimentos Thiago Carlos, o crescimento da produção em fevereiro ficou acima do esperado graças a alguns eventos específicos. Depois de férias coletivas terem afetado a produção de caminhões e chuvas em Minas Gerais terem prejudicado a extração de minério de ferro, a recuperação mais forte do que se previa em ambos os segmentos influenciou positivamente os resultados da produção industrial de fevereiro, disse o economista.
Ele afirmou, porém, que ainda não se pode dizer que a indústria brasileira esteja em recuperação, devido aos problemas de competitividade e aos gargalos de infraestrutura.
O dado de janeiro ante dezembro foi revisado de queda de 2,1% para baixa de 1,5%. Na comparação anual, o IBGE também revisou o dado de janeiro, com a queda informada anteriormente, de 3,4%, passando para baixa de 2,9%.
"(A taxa de crescimento) não chega perto de reverter a enorme queda que tivemos em janeiro. Mesmo que tenhamos um crescimento modesto em março, parece que o setor basicamente estagnou no primeiro trimestre deste ano", avaliou o economista chefe de mercados emergentes da Capital Economics, Neil Shearing.
A indústria brasileira vinha patinando há meses, com resultados ruins. Em 2011, por exemplo, o setor cresceu apenas 1,6 por cento, sendo que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve expansão de 2,7%.
Nos primeiros meses de 2012, a atividade industrial continua em estado de atenção. O Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI, na sigla em inglês) do instituto Markit, divulgado na segunda-feira, caiu para 51,1 pontos em março, ante 51,4 pontos em fevereiro, embora ainda mostre expansão da atividade.
Diante desse cenário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulga nesta terça-feira um pacote de medidas para estimular ainda mais a indústria nacional, que envolvem desde desoneração de folha de pagamentos para mais segmentos até benefícios para exportadores. Mas nem tudo é novidade absoluta, porque o governo deve incluir ações já anunciadas e que ainda não foram tiradas do papel.
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