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Produção industrial sobe nos EUA, mas confiança piora

A produção industrial dos Estados Unidos expandiu em julho pela primeira vez em nove meses e a inflação permaneceu controlada, mas a confiança do consumidor surpreendeu e piorou este mês, mostraram dados divulgados nesta sexta-feira.

Pesquisa feita pela Reuters e a Universidade de Michigan mostrou que a leitura preliminar do índice de confiança do consumidor em agosto caiu para 63,2, ante 66,0 em julho, bem abaixo das expectativas do mercado de um registro de 68,5.

A piora da confiança do consumidor reflete a visão de que a recuperação econômica será fraca. O consumo responde por cerca de 70 por cento da atividade econômica norte-americana, mas as pessoas estão receosas sobre seu futuro.

As bolsas de valores de Wall Street ignoraram os dados positivos da produção industrial, caindo com o foco dos investidores sobre o declínio da confiança do consumidor, divulgada um dia após relatório que mostrou uma queda inesperada nas vendas no varejo em julho.

"O que estamos vendo aqui são novas evidências de que o lado da oferta da economia está se abrindo mais rápido que o da demanda. O consumidor continua sendo o ponto de vulnerabilidade máxima para a recuperação", disse Alan Ruskin, estrategista chefe de mercados internacionais da RBS Securities.

A produção industrial expandiu 0,5 por cento, superando as expectativas do mercado de um avanço de 0,3 por cento, após contração de 0,4 por cento em junho, mostrou relatório do Federal Reserve.

Descartando a recuperação em outubro de 2008, relacionada a um furacão, foi o primeiro ganho mensal desde dezembro de 2007, quando a atual recessão começou, informou o Fed.

Separadamente, o Departamento de Trabalho informou que os preços ao consumidor norte-americano ficaram estáveis em julho e recuaram nos últimos 12 meses no ritmo mais rápido desde 1950. Isso pode sugerir que a deflação, e não a inflação, é uma ameaça maior mesmo em meio a sinais de que a pior recessão desde a Grande Depressão está perdendo força.

Fábricas de automóveis aumentam produção

A produção industrial foi impulsionada pela reabertura de fábricas da Chrysler e da General Motors, temporariamente fechadas enquanto as empresas estavam em concordata para se reorganizarem, mostraram dados do Fed.

A produção também foi favorecida pelo programa de incentivo do governo que ofereceu crédito aos consumidores para a renovação da frota de veículos por unidades mais eficientes.

A produção manufatureira subiu 1 por cento em julho, enquanto no setor de veículos o avanço levou a taxa anualizada para 5,9 milhões de unidades também em julho, ante 4,1 milhões em junho. Excluindo veículos e peças, a produção industrial caiu 0,1 por cento em julho, informou o Fed.

Analistas reconhecem que a baixa atividade econômica vai manter as pressões inflacionárias controladas por algum tempo.

"A economia norte-americana pode estar perto de sair da recessão, mas o impacto total do declínio da produção só está começando a influenciar os preços ao consumidor agora", afirmou Paul Ashworth, economista sênior da Capital Economics Toronto.

Descartando os preços voláteis de energia e alimentos, a inflação ao consumidor subiu 0,1 por cento em julho, após avanço de 0,2 por cento em junho.

Frente a julho do ano passado, o núcleo da inflação subiu 1,5 por cento, menor alta desde fevereiro de 2004, após ganho de 1,7 por cento em junho.

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