Em 2012, a produção da indústria acumulou queda de 2,7%, segundo informou nesta sexta-feira (1º) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor foi afetado pela crise externa e pela consequente dificuldade em exportar seus produtos, além de sofrer redução dos investimentos diante do cenário turbulento.

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No mês de dezembro a produção industrial ficou estável em relação a novembro (0%), na série com ajuste sazonal (IBGE). O resultado veio acima da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de uma taxa negativa em 0,40%. Ainda assim, o resultado está dentro do intervalo projetado, que ia de uma queda de 1,50% a uma alta de 0,40%.

Na comparação com dezembro de 2011, a produção industrial caiu 3,6%. Nesta comparação, as estimativas foram de queda de 1,80% a 6 20%, com mediana negativa de 4,70%.

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A queda de 2,7% da produção industrial no fechamento do ano passado foi a maior registrada desde 2009, quando a atividade recuou 7,4%, sob influência da crise econômica mundial.

O instituto informou que, em 2012, a queda da produção industrial foi generalizada. Todas as categorias de uso, 17 dos 27 ramos, 50 dos 76 subsetores e 59,5% dos 755 produtos investigados registraram resultados negativos. A maior influência negativa partiu dos veículos automotores (-13,5%), com destaque para a redução na fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus, motores diesel para caminhões e ônibus, autopeças e veículos para transporte de mercadorias.

Já entre as dez atividades que avançaram no ano, a principal influência sobre o total da indústria ficou com refino de petróleo e produção de álcool (4,1%), outros produtos químicos (3,4%) e outros equipamentos de transporte (8,5%), impulsionados principalmente pela maior fabricação de gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis no primeiro ramo, herbicidas para uso na agricultura no segundo e aviões no último.

Entre as categorias de uso, o IBGE ressaltou que 2012 foi marcado por um dinamismo menor de bens de capital (-11,8%) e dos bens de consumo duráveis (-3,4%), por causa da retração na produção de bens de capital para transporte, bens de capital de uso misto e bens de capital para construção, no primeiro segmento. No caso de duráveis, os destaques negativos foram telefones celulares, motocicletas, fornos de micro-ondas, relógios, televisores, ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e automóveis.

A produção de bens intermediários recuou 1,7%, demonstrando uma queda menos intensa do que a média da indústria, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) obteve resultado negativo mais moderado, assinalou o IBGE.

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14 de 27 setores da indústria produziram menos

Na passagem de novembro para dezembro, 14 dos 27 grupos investigados pela Pesquisa Industrial Mensal apontaram queda na produção, segundo o IBGE. As principais perdas foram verificadas em máquinas e equipamentos (-4,5%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-13,1%).

Outras contribuições negativas foram de veículos automotores (-1 0%), metalurgia básica (-1,9%), bebidas (-2,5%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-8,0%), celulose, papel e produtos de papel (-1,2%) e calçados e artigos de couro (-4,3%).

Na direção contrária, entre as 12 atividades que ampliaram a produção, os destaques foram as indústrias extrativas (2,8%), farmacêutica (3,7%), outros equipamentos de transporte (4,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,6%), vestuário e acessórios (10,0%), edição, impressão e reprodução de gravações (2,5%) e minerais não metálicos (2,2%).

4º trimestre

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A queda de 0,6% da produção industrial no quarto trimestre de 2012 foi a quinta consecutiva na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O IBGE ressalta, no entanto, que esse resultado representa uma clara redução no ritmo de queda. No terceiro trimestre de 2012, a queda foi de 2,6% e no segundo, de 4,4%, na mesma base de comparação.

Entre as categorias de uso, o IBGE destacou que, nos primeiros meses de 2012, o segmento de bens de consumo duráveis foi o que apresentou mais ganho de dinamismo ao longo do ano passado. A categoria passou de 0,1% no terceiro trimestre para 5,6% no quarto trimestre, principalmente por causa de automóveis (11,4%) e eletrodomésticos de linha branca (13,0%).

As categorias de bens de consumo semi e não duráveis (de -1,4% para 0,8%) e de bens intermediários (de -1,4% para -0,4%) também demonstraram melhora no ritmo de produção entre os dois períodos. Em contrapartida, considerando a mesma base de comparação, a categoria de bens de capital (de -12,2% para -9 7%) apontou a taxa negativa mais intensa, mas com queda na magnitude. Em 2012, a produção de bens de capital registrou queda de 11,8%. Já na passagem de novembro para dezembro, houve recuo de 0,8%. Na comparação com dezembro de 2011, a queda da categoria foi de 14,7%, a maior desde junho de 2011, quando ficou em -15,5%.