Dados da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) mostram que cerca de 14% das instalações de TV por assinatura do país são irregulares. Operadoras como a TVA e a Net mantêm há anos programas de combate à pirataria, baseados na varredura de suas redes e, principalmente, em denúncias de assinantes. Somente no caso da TVA de Curitiba, ações como essas levam à prisão de quatro pessoas por mês por furto de sinal.
Uma das saídas estudadas pelo setor para contornar a pirataria é levar a TV a cabo à população de baixa renda. A idéia é usar as operadoras ilegais para reduzir os "gatos" na rede de transmissão. Essas empresas de fundo de quintal, situadas em favelas e na periferia das capitais, repassam o sinal aos consumidores mais pobres, que não têm como pagar os valores cobrados pelas operadoras legais. "Nossa idéia é levar a TV a cabo a esses locais de difícil acesso justamente através das operadoras que lá existem, terceirizando o serviço", diz o presidente da ABTA, Alexandre Annenberg.
Viabilizar a TV a cabo para a baixa renda é uma proposta que vem sendo discutida pelo setor há alguns anos, e que só se tornou possível graças a uma permissão concedida em junho pela Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel). Em seu Plano Geral de Metas de Qualidade, a Anatel autorizou as empresas a flexibilizar as regras de atendimento nas regiões menos favorecidas.
Isso significa que o prazo para se resolver uma pane, por exemplo, será mais longo do que na TV por assinatura convencional. Com isso, os custos das operadoras caem sensivelmente. "Nossa idéia é de cobrar R$ 15 por mês. Esse valor não nos daria lucro, mas também não traria prejuízo. E ainda reduziria o problema das conexões piratas", explica o presidente da ABTA. (FJ)
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