Os fazendeiros argentinos encerraram na terça-feira (24) um locaute de cinco dias após participarem de reunião com o governo da presidente Cristina Kirchner, que aceitou fazer concessões sobre as tarifas de exportação aplicadas ao trigo e ao leite e aumentar os subsídios para a produção de carne. O governo da Argentina ainda não definiu quanto será o corte. Não houve acordo sobre as tarifas para a soja e milho.
"Pelo menos, podemos dizer que uma nova rodada de negociação foi iniciada, com resultados parciais em alguns produtos, como o trigo, lácteos, e eliminação de tarifas (de exportação) e subsídio à carne. Mas ainda não chegamos a um acordo no caso da soja e do girassol", disse o líder dos ruralistas, Eduardo Buzzi. Segundo ele, um novo encontro entre governo e ruralistas deve ocorrer na próxima semana.
Buzzi e mais cinco líderes dos ruralistas reuniram-se por mais de quatro horas com a ministra da Produção, Débora Giorgi, e outros representantes do governo.
A greve, que teve início na sexta-feira da semana passada (dia 20), provocou a paralisação das entregas de carne em praticamente todos os grandes supermercados de Buenos Aires. Entretanto, desta vez, não houve registro de desabastecimento na capital, como havia acontecido durante o último locaute promovido pelo grupo entre março e julho do ano passado.
Mais de 250 mil fazendeiros protestam contra as altas tarifas de exportação - de 35% para a soja e algo entre 20% e 35% para outros grãos - que limitam os ganhos do setor, justamente no período em que o país sofre os efeitos da pior seca em 50 anos.
O ministro do Interior, Florêncio Randazzo, disse à imprensa que a redução das tarifas de importação custará ao governo US$ 364 milhões ao ano.
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