Os produtores de mandioca do Paraná, segundo maior produtor do País, atrás do Pará, e Estado onde se concentra a maioria das indústrias de fécula, estão antecipando a colheita, que deveria acontecer a partir de março de 2012, para aproveitar o preço, que está elevado em razão da pouca oferta no mercado. Mesmo que isso represente menor produtividade. "Compensa em razão do preço", disse o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca e proprietário de fecularia em Paranavaí, Ivo Pierin.
Segundo ele, o ciclo da cultura é de dois anos. Como houve excesso de chuva após o plantio de 2009, colhido este ano, a produção paranaense ficou em 4 milhões de toneladas, um volume 2% inferior ao do ano anterior. A área plantada, de 185 mil hectares, permaneceu praticamente a mesma e, no próximo ano, prevê-se a colheita de 4,5 milhões de toneladas. No Brasil, a produção fica em torno de 26 milhões de toneladas. Com pouca oferta, os preços elevaram-se e estão entre R$ 260 e R$ 270 a tonelada de raiz entregue às indústrias. É o mesmo valor pago em 2010. "Foi quando tivemos os melhores preços dos últimos anos", reforçou Pierin.
Para a safra plantada em 2010 e que tem o término do ciclo em 2012, o clima foi favorável, sobretudo na região noroeste do Paraná, região de maior concentração de produtores e indústrias de fécula. De acordo com Pierin, a produtividade conseguida até agora pelos produtores que anteciparam a colheita está em torno de 25 toneladas por hectare. Os que esperarem por mais alguns meses podem conseguir entre 30 e 35 toneladas. Mas correm o risco de o preço cair em função do crescimento na oferta.
O Paraná tem a maioria das indústrias de fécula do País, respondendo por 71% do volume total, com produção de 421 mil toneladas, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Estado. A maior parte da produção brasileira (cerca de 95%) destina-se ao mercado interno. Segundo Pierin, uma das dificuldades para a expansão da área plantada de mandioca é o alto custo, principalmente na colheita, que ainda é manual. Em outras fases da produção, há boa porcentagem de mecanização. "O amido de mandioca perde a competitividade para o amido de milho", salientou.
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