As maiores fabricantes de papel nórdicas Stora Enso e UPM-Kymmene anunciaram grandes cortes de emprego e planos de baixas contábeis na quarta-feira, em uma tentativa de lidarem com um mercado deprimido e um aumento planejado de tarifas sobre madeira exportada pela Rússia.

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A indústria européia de papel sofreu por anos com excesso de capacidade produtiva, que manteve um teto sobre os preços, enquanto custos crescentes de madeira e de energia consumiam margens já baixas. A Stora Enso informou que não vai alterar sua reestruturação mesmo se a Rússia reverter os planos de aumento de taxas de exportação.

"Nós, estrategicamente, não vamos nos tornar ainda mais dependentes da madeira russa. Há três anos nós éramos de longe os maiores importadores. Com as notícias de hoje, nós somos estrategicamente, independentes", disse o presidente-executivo da Stora, Jouko Karvinen, à Reuters.

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Ações do setor subiram com a notícia. Os papéis da Stora chegaram a registrar alta de 5,3 por cento e os da UPM avançaram 4,8 por cento. A Stora Enso divide no Brasil com a Aracruz a joint-venture fabricante de celulose Veracel, que possui um dos menores custos de produção do mundo.

A Stora cortará ou vai terceirizar nove por cento de sua força de trabalho - 3.150 pessoas - e vai registrar provisões e baixas contábeis de cerca de 280 milhões de euros (396,4 milhões de dólares), assim como cortará produção anual em 600 mil toneladas de papel e papelão.

A UPM disse que 1.600 empregados serão afetados pelos cortes e demissões -- cerca de seis por cento -- e irá registrar baixas contábeis totalizando cerca de 430 milhões de euros, devido a demissões temporárias e encargos na divisão de papéis de imprensa.

Em adição ao excesso de produção de papel e ao enfraquecimeto da economia global, a Rússia, importante fonte de madeira para produtores da Finlândia, aumentou taxas de exportação em 50 por cento em abril, para 15 euros por metro cúbico.