Normalmente realizada em dezembro, Festa da Uva de Marialva deve ser adiada para o ano que vem| Foto: Divulgação/Prefeitura de Marialva

Conhecida como a "capital da uva fina", Marialva, no Noroeste do Paraná, começa a sentir os efeitos da quebra da safra, ocasionada pelas fortes geadas que atingiram a região nos meses de julho e agosto deste ano. Segundo a Secretaria de Agricultura do município, a expectativa de colheita para a safra de verão – considerada a principal no ano – era de aproximadamente 22 mil toneladas, mas não deverá passar de 8 mil toneladas.

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"Devemos ter uma redução considerável. Tivemos propriedades afetadas por mais de uma geada e isso destruiu os parreirais", explicou o secretário de Agricultura, Valdinei Cazelato, que ainda não consegue prever como será o impacto na economia do município. "É difícil mensurar. Vamos aguardar o início da colheita para ver como vai ser."

Segundo a prefeitura de Marialva, cerca de 50% da receita agrícola do município vem da cultura da uva, que gera cerca de R$ 100 milhões por ano. A maior parte, em torno de R$ 60 milhões, é obtida justamente durante a safra de verão. Alguns técnicos preveem uma renda de 30 milhões a menos para a atual safra.

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Diante da situação pessimista, a prefeitura resolveu até mesmo adiar a tradicional Festa da Uva, inicialmente marcada para dezembro. Voltado para fortalecer a viticultura, o principal evento da cidade deve ser adiado para janeiro, no entanto, ainda não há data confirmada.

Estudo

O município e a Emater prepararam um estudo dos reflexos da geada. O laudo deve ser apresentado na semana que vem em Brasília (DF), durante reunião do prefeito Edgar Silvestre, o "Deca" (PSB), com o setor de Agronegócio do Banco do Brasil. "Vamos buscar alguma linha de crédito especifica ou alguma outra forma de auxílio para os produtores", explicou Cazelato. Somente em Marialva existem 650 viticultores. Cerca de 900 famílias trabalham com a uva no Município.